Ibovespa tem leve alta na sessão e ganho de 3,22% acumulado em maio; dólar recua
Em NY, bolsas fecham no vermelho e interrompem rali; no mês Nasdaq cai mais de 2%
A persistência da inflação e seu impacto nas economias globais e nos negócios voltou à pauta dos investidores na sessão desta terça-feira, aumentando a volatilidade e dando tom negativo para os mercados acionários. O Ibovespa, por sua vez, conseguiu se descolar dos pares graças à recuperação parcial dos papéis da Petrobras e ao avanço dos bancos.
Na sessão de hoje, o índice fechou em alta de 0,29%, aos 111.350,51 pontos, variando entre os 110.685 pontos na mínima intradiária e os 111.903 pontos na máxima. O volume financeiro negociado até o final do dia foi de R$ 32,4 bilhões. No mês, o índice local teve ganhos de 3,22%.
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Lá fora, na volta de feriado dos Estados Unidos, o S&P 500 caiu 0,63%, Dow Jones recuou 0,67% e Nasdaq perdeu 0,41%. As principais bolsas europeias também tiveram sessão negativa em meio às renovadas preocupações sobre a necessidade de aumentos agressivos na taxa de juros para combater a alta dos preços. A taxa anual da inflação ao consumidor (CPI) na zona do euro alcançou novo recorde de alta, ao subir de 7,4% em abril para 8,1% em maio, de acordo com a primeira estimativa do dado divulgada hoje pelo Eurostat, superando a expectativa de 7,6% do mercado.
O sentimento negativo em relação à persistência da alta de preços foi reforçado ainda pela decisão da União Europeia (UE) de banir 90% do petróleo russo até o final de 2022, o que fez o futuro do Brent ultrapassar a barreira dos US$ 120 pela manhã. A cotação da commodity só esfriou após boatos de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) pode aumentar sua produção.
Por aqui, os papéis da Petrobras, que haviam recuado na sessão passada por conta do imbróglio político envolvendo a companhia, tiveram recuperação parcial. As ações ordinárias subiram 0,76% e as preferenciais oscilaram positivamente em 0,23%. Não obstante, o BTG Pactual aponta que os ativos devem continuar sofrendo enquanto não houver resolução para as questões internas.
Entre as maiores altas do dia, Marfrig ON subiu 5,54%, IRB Brasil ON ganhou 4,63% e BRF ON avançou 3,99%. Os bancos, resilientes em ambientes de juros elevados, também registraram performance positiva. Itaú PN subiu 0,93%, Bradesco PN ganhou 0,39%, Santander units subiu 0,18% e Banco do Brasil ON recuperou 1,47%.
Na outra ponta, empresas domésticas voltaram a ser penalizadas. Hapvida ON cedeu 3,59%, Magazine Luiza ON perdeu 3,13%, Méliuz ON caiu 3,06% e EZTec ON recuou 2,98%.
Dólar recua 3,86% em maio
No dia em que tanto o resultado fiscal quanto o mercado de trabalho surpreenderam positivamente no Brasil, o dólar testou níveis abaixo de R$ 4,70, em um movimento que, no entanto, não teve fôlego para seguir até o fim do dia. Assim, a moeda americana encerrou a terça-feira (31) praticamente no zero a zero, negociada a R$ 4,7516, o que representa uma queda de 0,04%.
A volatilidade , em um pregão marcado pela formação da Ptax do fim do mês, foi elevada e o dia com dados econômicos positivos no Brasil acabou equilibrando forças com a apreciação do dólar em relação a divisas de mercados emergentes — ressaltando ainda que houve um avanço firme dos rendimentos (yields) dos títulos do Tesouro americano (Treasuries).
O desempenho mensal do câmbio se mostrou bem mais expressivo, com queda de 3,86% do dólar ante o real no acumulado de maio.