Gestores veem Ibovespa abaixo dos 120 mil pontos no fim de 2022, mostra pesquisa
Levantamento aponta ainda que as principais preocupações são o aumento das taxas de juros nos Estados Unidos, em primeiro lugar, e a instabilidade política dos países da América Latina, em sequência
Apenas um terço dos gestores de fundos da América Latina ouvidos pelo Bank of America na sua pesquisa mensal “LatAm Fund Manager Survey” acreditam que o Ibovespa terminará 2022 acima dos 120 mil pontos. Em dezembro de 2021, dois terços dos participantes acreditavam que o índice poderia superar a resistência.
Nessa linha, os níveis de caixa das gestoras seguem uma tendência de alta, alcançando uma média de 6,2% em janeiro. Trata-se do maior valor desde abril de 2020, auge da crise do coronavírus. Adicionalmente, apenas 10% dos gestores possuem mais risco que o normal em suas carteiras, bem abaixo dos 25% de média histórica.
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Para os 31 agentes que responderam às perguntas, com cerca de US$ 70 bilhões sob gestão, as principais preocupações são o aumento das taxas de juros nos Estados Unidos, em primeiro lugar, e a instabilidade política dos países da América Latina, em sequência. Em relação a dezembro, houve uma inversão nas posições entre os dois fatores de risco.
Logo em seguida, investidores disseram ter temores relacionados à China e sua demanda por commodities. No entanto, 71% dos participantes afirmaram que o emprego de estímulos pela potência chinesa ao longo do ano será necessário para alavancar o preço das commodities.
Setorialmente, os setores preferidos pelos profissionais no momento são: financeiro, materiais e energia, priorizando empresas de valor e qualidade. Na outra ponta, consumo discricionário, utilities, telecomunicações e bens de consumo são os menos procurados neste primeiro mês de 2022.
No ambiente macro, os agentes esperam que a Selic tenha taxa terminal acima dos 11% ao ano (70% dos participantes), que o real se mantenha estável ante o dólar (39% acham que a moeda americana irá se enfraquecer globalmente e 32% apontam que deve se fortalecer) e que o PIB brasileiro recue em 2022 (35% contra 20% em dezembro).