Vem aumento por aí? Defasagem de preços da Petrobras se acentua e já atinge R$ 1 no diesel
Invasão da Rússia à Ucrânia fez barril de petróleo se aproximar da faixa de US$ 110
A defasagem da Petrobras para a paridade internacional se acentuou nos últimos dias, diante da valorização do petróleo, e já atinge cerca de R$ 1 no caso do litro do diesel, segundo estimativas do mercado. A companhia está há quase 50 dias sem mexer nos preços dos combustíveis nas refinarias.
Nesta quarta-feira, o barril do tipo Brent, referência global, se aproxima dos US$ 110. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse que, diante da intensificação da valorização do petróleo, é preciso tomar medidas para conter a elevação dos preços para o consumidor e anunciou que os dois projetos de lei que tratam de propostas nesse sentido, na Casa Legislativa, entrarão na pauta na semana que vem.
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Segundo a consultoria Stonex, a Petrobras está vendendo o litro do diesel S-10 com uma defasagem 27%, ou R$ 0,99 o litro, em relação ao preço de paridade de importação (PPI). No caso da gasolina, a diferença dos preços da estatal para a paridade é de 24%, o equivalente a R$ 0,78 o litro.
A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) reclama que a Petrobras está segurando reajustes sistematicamente e que as janelas de oportunidade para as tradings privadas estão fechadas no Brasil. A entidade estima que a defasagem da petroleira em relação ao PPI chegou, nesta quarta-feira, aos R$ 0,83 no litro da gasolina e a R$ 1,02 no litro do diesel, segundo dados parciais.
Na avaliação do consultor em gerenciamento de riscos da Stonex, Pedro Shinzato, este é “um teste de estresse bem intenso” para a política de combustíveis da estatal. Ele destaca que a companhia já vem praticando preços abaixo da paridade desde janeiro e que a defasagem neste momento é tão alta que dificulta um completo alinhamento aos preços internacionais.
Shinzato acredita que a petroleira fará, diante disso, um reajuste parcial, sem repassar toda a alta verificada neste momento. Ele cita, no entanto, que a defasagem da empresa já cria distorções no mercado – que, desde o fim do ano passado, conta com a participação de um novo agente, a Acelen, empresa do Mubadala dono da refinaria de Mataripe, na Bahia.
Na avaliação do economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, as contas apontam para um reajuste da Petrobras, em breve, da ordem de 9% – abaixo da defasagem deste momento, estimada por ele em níveis acima de 20%.
Com Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico