Vagas de trabalho nos EUA têm leve queda em fevereiro, como esperado. E daí?

O número de vagas de trabalho disponíveis nos Estados Unidos caiu para 7,6 milhões em fevereiro, diante do número revisado de 7,8 milhões milhões em janeiro, segundo dados divulgados, nesta terça-feira (1), pelo Departamento do Trabalho do país. O número está em linha com o esperado por analistas.

Já o volume de contratações ficou estável em 5,4 milhões, após revisão para 5,4 milhões do mês anterior. Já as demissões caíram para 3,2 milhões, diante do dado revisado de 3,3 milhões em janeiro.

Este é o primeiro de três dados relevantes sobre o mercado de trabalho americano que serão divulgados nesta semana.

Todos eles mexem com as apostas sobre até quando o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deve manter os juros inalterados.

Sinais de fraqueza do mercado de trabalho podem indicar menor resistência da inflação e, portanto, diminuir a expectativa de continuidade da pausa nos cortes, e vice-versa.

Nesta quarta-feira (2), às 9h15, será divulgado o relatório ADP, que mostrará a criação de postos de trabalho no setor privado em março.

Já na sexta-feira (4), às 9h30, será divulgado o mais importante deles, o relatório conhecido como payroll, que apontará a quantidade de novos empregos criados nos EUA em fevereiro.

Após diversos dados mais fracos do que o esperado sobre a economia americana, especialmente os relacionados ao sentimento dos consumidores no país, investidores apostam que o banco central americano (Federal Reserve, o Fed) irá cortar os juros três vezes no ano, segundo a ferramenta FedWatch, do grupo CME.

Os cortes em junho, julho e outubro podem fazer com que as taxas encerrem 2025 no intervalo entre 3,50% e 3,75% ao ano.

Hoje, os juros estão no intervalo entre 4,25% e 4,50% ao ano após o banco central americano optar por continuar a pausa do ciclo de corte de juros na última reunião, realizada no final de março, a segunda sob o governo do presidente americano Donald Trump.

Ações das bolsas de Nova York caem

As bolsas não mudaram o rumo após a divulgação do relatório Jolts. Portanto, por enquanto, mercado de trabalho mais fraco é bom. A preocupação é se o quadro se mantém.

Os investidores ansiosos com relação aos efeitos das tarifas de Trump.

O receio é que elas produzam um cenário marcado por inflação persistente e menor crescimento econômico, o que tende a manter os juros elevados no país.

Às 11h46 o indicador das maiores empresas americanas, o S&P 500, caía 0,22%, enquanto o indicador mais ligado a ações industriais, o Dow Jones, recuava 0,48%.

Já o índice que reúne ações de tecnologia, o da bolsa Nasdaq, subia 0,06% e estava praticamente estável.

No trimestre, as bolsas já afundaram até 10% diante de incertezas sobre a economia e políticas do segundo mandato de Trump.

Com informações do Valor Econômico.