Santander passa a projetar Selic em 15,5% no fim do ciclo e vê dólar a R$ 6 em 2025

Em um ajuste à indicação do Banco Central de que será mais duro na condução da política monetária, o Santander alterou suas projeções nesta sexta-feira para os rumos da taxa básica de juros e passou a considerar que a Selic suba até 15,5% no próximo ano. O nível seria alcançado após duas altas de 1 ponto percentual na taxa – uma em janeiro e outra em março -, seguidas de um aumento em maio de 0,75 ponto e outro em junho, de 0,5 ponto.

“Esses ajustes refletem, principalmente, a piora nas projeções de inflação do próprio comitê”, aponta a equipe de economistas do Santander, que é liderada pela ex-secretária do Tesouro Ana Paula Vescovi. “Por um lado, o ciclo poderia ser ainda mais extenso, considerando a perda de eficácia da política monetária e a possibilidade de um repasse cambial maior para os preços em ambiente de hiato do produto positivo. Por outro lado, as consequências econômicas do novo aperto nas condições financeiras não são triviais, especialmente no horizonte de decisão do colegiado.”

Após chegar a 15,5%, o Santander espera, ainda, um corte de 1 ponto na taxa de juros ainda no próximo ano, o que levaria a Selic a 14,5%.

Em relação à taxa de câmbio, o banco nota que o comportamento recente do real “serve de exemplo para as limitações das análises sobre o câmbio que levam em conta apenas o diferencial de juros”. Na avaliação dos economistas do Santander, há dois regimes distintos: “em momentos de piora na percepção sobre o risco Brasil, a correlação se torna positiva; e a alta dos juros atrai influxo de divisas e reduz o dólar quando acompanhada de uma menor incerteza”.

O passou a esperar o dólar a R$ 6,10 no fim deste ano e a R$ 6,00 no fim de 2025.

*Com informações do Valor Econômico

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