RTI: Chance de estouro do teto da meta de inflação em 2023 sobe a 67%
Se a previsão se confirmar, será o terceiro ano seguido que o objetivo deixará de ser cumprido
Com as estimativas do mercado acima do teto da meta de inflação deste ano, a chance de um terceiro estouro consecutivo em 2023 voltou a subir nas contas do Banco Central, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado nesta quinta-feira (28).
No cenário de referência, a probabilidade de a inflação deste ano ficar acima do teto da meta (4,75%) é de 67%, contra 61% no RTI de junho.
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Para 2024, atual horizonte relevante da política monetária, a chance de estouro do limite superior (4,50%) passou de 21% para 24%.
O cálculo tem como base a Selic variando conforme o Relatório de Mercado Focus e o câmbio atualizado com base na Paridade do Poder de Compra (PPC).
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Já a probabilidade de a inflação ficar abaixo do piso da meta em 2023 (1,75%) continuou zero.
O centro da meta deste ano é de 3,25%. Em relação a 2024, a chance de a inflação furar o piso de 1,50% passou de 9% para 7%. O centro da meta do próximo ano é de 3,0%.
Para 2025, a probabilidade de superar a banda superior continuou em 16% e, a inferior, seguiu em 12%.
Para 2026, a probabilidade de superar a banda superior também é de 16% e, a inferior, de 12%.
O alvo central contínuo a ser perseguido pelo BC a partir de 2025 também é de 3,0%, com os limites variando de 1,5% a 4,5%.
PIB do Brasil em 2023 maior
De olho na resiliência da atividade econômica, o Banco Central elevou novamente sua estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2023, de 2,0% para 2,9%, conforme o RTI.
Em junho, a autarquia já havia revisado a projeção de crescimento de 1,2% para 2,0%.
Pelo lado da oferta, o BC alterou a estimativa para a expansão da agropecuária – grande surpresa no primeiro semestre – de avanço de 10,0% para 13,0%, enquanto a revisão para a indústria foi de alta de 0,7% para 2,0%.
No caso dos serviços, o BC aumentou a previsão de crescimento de 1,6% para 2,1%.
Em relação aos componentes da demanda, o RTI informou forte alteração de 1,6% para 2,8% na expectativa de crescimento do consumo das famílias e de 1,0% para 1,8% previsão de alta do consumo do governo.
O documento desta quinta indica ainda que a projeção para 2023 da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) – indicador que mede o volume de investimento produtivo na economia – mostrou cenário mais negativo, de retração de 1,8% para queda de 2,2%.
Todas as estimativas anteriores constavam do RTI divulgado em junho.
Crescimento da economia em 2024
O BC também informou pela primeira vez suas projeções para 2024. Para o PIB total, a expectativa é de 1,8%. Pelo lado da oferta, o BC estima expansão da agropecuária de 1,5%, enquanto, para a indústria, a projeção é de alta de 2,0%.
No caso dos serviços, a autoridade monetária prevê crescimento de 1,8% .
Já entre os componentes da demanda, o BC tem expectativa de alta de 1,9% para o consumo das famílias e de avanço de 1,5% para o consumo do governo.
Para a FBCF, é esperada elevação de 2,1%, conforme a autarquia.
No Boletim Focus, a mediana é de crescimento de 2,92% para o PIB deste ano e de 1,50% no próximo.
Com informações do Estadão Conteúdo