Putin ordena envio de tropas para regiões separatistas na Ucrânia

O possível conflito entre Rússia e Ucrânia repercutiu ao longo do dia no mercado – confira o impacto nos segmentos de commodity, dólar e Bolsas

O presidente russo Vladimir Putin em Moscou (Foto: Sputnik/Alexey Nikolsky/Kremlin via REUTERS)
O presidente russo Vladimir Putin em Moscou (Foto: Sputnik/Alexey Nikolsky/Kremlin via REUTERS)

O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o envio de tropas russas para duas regiões separatistas da Ucrânia, depois de reconhecer sua independência. A medida ameaçava arruinar as negociações com o Ocidente sobre a futura segurança da Europa Oriental.

Seus dois decretos foram publicados no portal jurídico do governo russo após a conclusão do discurso televisionado de Putin na noite desta segunda-feira. Nele, ele apresentou uma lista de queixas sobre o apoio do Ocidente à Ucrânia após o colapso da União Soviética e as entregas de armas ocidentais para Kiev, tendo como pano de fundo um maciço acúmulo de tropas russas perto de suas fronteiras.

Receba no seu e-mail a Calculadora de Aposentadoria 1-3-6-9® e descubra quanto você precisa juntar para se aposentar sem depender do INSS

Com a inscrição você concorda com os Termos de Uso e Política de Privacidade e passa a receber nossas newsletters gratuitamente

Putin disse que as forças russas atuarão com o intuito de manter a paz assim que a Rússia assinar um tratado de assistência mútua com as duas regiões.

“A situação em Donbas está se tornando crítica”, disse Putin antes de iniciar um longo exame da relação entre os dois países e a região de Donbas, onde estão localizadas as duas áreas separatistas. “A Ucrânia não é apenas um vizinho. É uma parte inerente de nossa própria história, cultura e espaço espiritual”, disse ele.

Últimas em Economia

Antes do discurso, Putin ligou para o presidente francês Emmanuel Macron e para o chanceler alemão Olaf Scholz e contou a eles sobre sua decisão, disse o Kremlin em comunicado. Os líderes europeus expressaram sua decepção com este desenvolvimento, mas indicaram sua prontidão para continuar os contatos, disse o Kremlin.

A decisão de reconhecer as autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Luhansk veio quando Kiev, capital da Ucrânia, pediu ao Conselho de Segurança das Nações Unidas uma reunião urgente para enfrentar a ameaça de uma invasão russa.

Resposta Casa Branca

Após uma reunião virtual de emergência entre o presidente dos EUA, Joe Biden, seu colega francês, Emmanuel Macron, e o premiê alemão Olaf Scholz, a Casa Branca anunciou que os três líderes condenaram a ação de Moscou de reconhecer “áreas rebeldes” da Ucrânia.

Funcionários do governo americano afirmaram que Biden reiterou a intenção dos EUA de responder “inequívoca e decididamente” à agressão de Moscou contra a integralidade do território ucraniano. Segundo as fontes, as medidas de resposta serão coordenadas entre os aliados e os detalhes devem ser esclarecidos na terça-feira.

Petróleo

O possível conflito entre Rússia e Ucrânia repercutiu ao longo do dia no mercado. A expectativa de analistas é de que os preços do petróleo permaneçam voláteis, à medida que os investidores acompanham os desdobramentos sobre a situação na Ucrânia, onde um conflito pode ameaçar o fornecimento de energia russo. Uma potencial guerra entre a Rússia e a Ucrânia pode levar os preços do petróleo para acima de US$ 100 por barril.

Os investidores também estão atentos à evolução das negociações do acordo nuclear com o Irã, uma vez que a oferta de petróleo pode aliviar as condições apertadas do mercado, caso um acordo entre o Irã e as potências globais for alcançado.

Preocupação na Europa

Na Europa, o ritmo acentuado de queda dos futuros chamava atenção. Às 18h07, o futuro do DAX, da Alemanha, recuava 3,88%, enquanto o futuro do francês CAC operava em queda de 3,3%.

“São quedas muito expressivas e reiteram o temor que uma guerra estoure a qualquer momento de fato”, comenta André Perfeito, economista-chefe da Necton.

Dólar

O dólar fechou nesta segunda-feira em queda de 0,64%, cotado a R$ 5,1070, renovando mínima em quase sete meses, nesta segunda-feira (21), depois de marcar na última sessão seu sexto recuo semanal consecutivo em meio a ambiente doméstico atrativo.

Investidores também avaliavam as chances de haver uma reunião entre os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia para resolver a crise da Ucrânia.

Bolsa no Brasil

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, terminou a segunda-feira (21) em baixa de 1,02%, aos 111.735 pontos, perto das mínimas intradiárias de 112.107 pontos. O dólar comercial teve baixa de 0,64%, vendido a R$ 5,107 – menos preço em sete meses.

O mercado de ações dos EUA foi fechado nesta segunda-feira devido ao feriado do Dia do Presidente.

Com agências.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.

Mais em Internacional


Últimas notícias

VER MAIS NOTÍCIAS