Petrobras tem espaço para subir preço da gasolina nas refinarias em mais de R$ 0,60, aponta associação

Entidade aponta que a alta do petróleo no mercado internacional elevava a defasagem do combustível vendido pela estatal às distribuidoras

Frentista abastece carro em posto de combustíveis. Foto: Adriano Machado/Reuters
Frentista abastece carro em posto de combustíveis. Foto: Adriano Machado/Reuters

A disparada do preço do petróleo pelo maior crescimento da China e a continuidade de conflitos no Oriente Médio fez a defasagem dos preços praticados pelas refinarias brasileiras disparar em relação ao mercado internacional, segundo dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).

Nesta terça-feira (19), o petróleo continua mostrando instabilidade, entre leves altas e baixas, cotado a US$ 86,78 o barril, voltando a patamares atingidos em novembro do ano passado.

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Com a gasolina há 151 dias sem reajuste pela Petrobras, a diferença na comparação com os preços praticados no Golfo do México era de 19% na segunda-feira (18), enquanto o diesel S10, sem reajuste há 84 dias, registrava preço 13% menor do que no exterior.

Segundo a Abicom, a estatal poderia aumentar os preços dos combustíveis em R$ 0,64 e R$ 0,52 o litro, respectivamente.

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A maior refinaria privada do país, na Bahia, controlada pela Acelen, também está com os preços defasados, apesar de praticar reajustes semanais.

Na Refinaria de Mataripe, os preços da gasolina e do diesel estão 12% mais baixos do que no mercado internacional, abrindo espaço para altas de R$ 0,39 e R$ 0,47, respectivamente.

De acordo com a Abicom, a janela para importação de gasolina está há 43 dias fechada, enquanto o diesel já registra 84 dias sem oportunidades de compra no exterior.

O aumento da defasagem dos combustíveis acontece em um momento em que o mercado redobra a atenção em relação à interferência do governo na companhia, que, após balanço divulgado de 2023 decidiu não pagar dividendos extraordinários, em decisão de seu Conselho de Administração.

Na semana passada, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, criticou a distribuição de dividendos da Petrobras, disse que não é possível atender “apenas à choradeira do mercado” e que tem compromisso com a redução dos preços dos combustíveis e do gás de cozinha.

Com informações do Estadão Conteúdo

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