Ao longo dos três dias da 16ª LatAm CEO Conference Itaú BBA cerca de 500 investidores estiveram na Conferência. “Sendo que 70% deles são internacionais. Então, tivemos um público bastante bom”, analisa Mário Mesquita, economista-chefe do Itaú Unibanco.
O executivo que, claro, também esteve em Nova York para participar da feira, conta que ouviu muitas perguntas sobre o Brasil e a sua política econômica. “Mas, independentemente da conjuntura, a visão do investidor estrangeiro é a de que os ativos brasileiros estão relativamente baratos”, afirma.
Além disso, Mesquita aponta que, do ponto de vista macro, a transição de política monetária é o assunto mais falado. “[Afinal de contas], o mundo inteiro vem passando por este momento. Por outro lado, também tivemos muita discussão geopolítica, por conta dessa rivalidade crescente entre EUA e China, o que preocupa os investidores, e eles querem saber como o Brasil vai se posicionar”, diz.
Visão da América Latina no contexto global
E dentro do tema econômico, mais especificamente na América Latina, o economista-chefe do Itaú Unibanco aponta que o país que vem se destacando positivamente é o México.
“Isso porque, o país está integrado à cadeia produtiva dos EUA. Então, o México deve se beneficiar do chamado nearshore, já que está ao lado dos EUA e tem um acordo comercial. [Portanto], do ponto de vista macro, é um país que tem uma política fiscal historicamente bem mais austera que no Brasil. O que ajuda a valorizar os ativos mexicanos” analisa.
Ainda de acordo com Mário Mesquita, estamos hoje vivendo em um mundo com volatilidade, desafios, incertezas, mas também com oportunidades. “A questão é saber aproveitar”, diz.
O executivo fala que a economia mundial está com uma configuração que, em tese, favoreceria o Brasil. “Porque você tem um crescimento chinês, ainda que numa margem perdendo um pouco de força, mas deve ser um crescimento bastante razoável nesse ano, na faixa de 5% ou 6%. Você tem uma queda dos preços do petróleo, que tende a aliviar a pressão inflacionária no Brasil. Além disso, tem a transição da política monetária”, explica.
E Mesquita finaliza: “então, é todo um contexto que deveria ser favorável. Mas a gente precisa também atacar os nossos problemas de fragilidade fiscal, que o arcabouço procura lidar com isso. Avançar nessas agendas para nos beneficiarmos deste momento mais favorável para o Brasil.”