Itaú Unibanco sobe para 9,50% previsão da taxa Selic ao final do ciclo
Banco também elevou para 11,75% a projeção dos juros básicos da economia no encerramento de 2023
O Itaú Unibanco cortou a sua expectativa de corte maior da taxa Selic na última reunião de 2023 do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central). Assim, o banco revisou de 11,50% para 11,75% a projeção dos juros básicos da economia no encerramento do ano.
Juntamente com o ajuste, e o cenário de afrouxamento menos intenso da política monetária, a instituição elevou a previsão da Selic ao final do ciclo, em 2024. A nova estimativa agora é de 9,50% ante 9%, conforme relatório divulgado nesta segunda-feira (6).
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“Em sua decisão do dia 1 de novembro, o Copom optou por reduzir a taxa de juros em 0,50 ponto percentual, como esperado, e sinalizou manutenção do ritmo de corte nas próximas reuniões. Em uma reunião que ocorreu em meio a um ambiente turbulento, a comunicação trouxe uma série de acenos na direção de um menor orçamento de cortes de juros. Além de destacarem o cenário internacional particularmente incerto, as autoridades chamaram atenção para a reancoragem apenas parcial das expectativas de inflação, e enfatizaram que a magnitude total do ciclo de flexibilização dependerá de melhora das perspectivas para a inflação”, diz o texto assinado por Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú.
“Tais mensagens, aliadas a um aumento relativamente inesperado da projeção de inflação para 2025 (de 3,1% para 3,2%), denotam desconforto com as expectativas de mercado para o nível terminal de juros. Após o comunicado, passamos a esperar redução de 0,50 ponto da taxa básica de juros na próxima reunião, em dezembro (anteriormente, projetávamos aceleração para 0,75 ponto), com base na comunicação descrita acima, nos desafios presentes no ambiente internacional e no aumento recente de incerteza sobre o cenário fiscal, que também devem resultar em uma taxa básica de juros maior, quando concluído o processo de flexibilização monetária”, acrescenta a nota.
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IPCA em queda
Além da Selic, o Itaú fez ajustes no cenário para a inflação em 2023 e 2024. Na visão do banco, a queda no preço da gasolina favoreceu um viés de baixa na perspectiva para o IPCA em 2023 e 2024.
“Revisamos nossa projeção de inflação para 2023 para 4,6% (de 4,9%), incorporando surpresas de curto prazo e o corte de preço da gasolina anunciado pela Petrobras em outubro. Para 2024, revisamos nossa projeção de 4,1% para 4,0%. A trajetória mais benigna de serviços e industriais subjacentes mais que compensou o impacto do aumento do ICMS de combustíveis esperado para o próximo ano”, destaca o relatório.
Por fim, os panoramas para o crescimento do PIB do Brasil, para a taxa de desemprego no país e para a cotação do dólar foram mantidos pela instituição.
“Mantemos nossa projeção de crescimento do PIB para 2023 em 2,9% e, para 2024, em 1,8%. A desaceleração da atividade no segundo semestre do ano, combinada com menor contribuição do setor agropecuário, deve ter levado a um recuo do PIB no 3T23. Para a taxa de desemprego, mantemos projeções de 8% para 2023 e 2024”, aponta Mario Mesquita no relatório.
“Dólar forte no mundo e diferencial de juros menor pressionam a dinâmica do câmbio, mas há atenuantes domésticos. Mantemos a nossa projeção de câmbio em R$ 5,00 por dólar em 2023 e R$ 5,25 por dólar em 2024”, completa o texto assinado pelo economista-chefe do banco.