Itaú baixa projeção do IPCA em 2025 com expectativa de corte no preço da gasolina
- O Itaú Unibanco reduziu sua projeção para o IPCA de 5,7% para 5,5% no fim de 2025.
- A redução se deve à expectativa de queda nos preços da gasolina e de commodities metálicas.
- O banco prevê mais duas altas de 0,50 p.p. na Selic, atingindo 15,25% em junho.
- Para 2026, o Itaú projeta inflação de 4,4% e cortes de juros para 13,25% ao ano.
- Riscos baixistas para a inflação superam os altistas em 2025, mas o setor de alimentos apresenta riscos de alta.
O Itaú Unibanco baixou de 5,7% para 5,5% a projeção para o IPCA no fim de 2025. Em relatório, assinado pelo economista-chefe Mario Mesquita, o banco menciona dois principais vetores de baixa para a inflação no Brasil.
“O primeiro é a expectativa de redução nos preços da gasolina, diante da defasagem atual entre os preços internacionais e os valores praticados pela Petrobras — fator que abre espaço para um corte de preços no curto prazo.”
“O segundo é a queda recente nos preços de commodities metálicas, que nos levou a revisar para baixo nossa projeção de inflação de bens industriais.
De forma geral, o Itaú avalia que os riscos baixistas para a inflação seguem superando os riscos altistas em 2025.
“Por um lado, uma nova rodada de queda nos preços do petróleo e de commodities metálicas poderia contribuir para uma inflação ainda mais benigna, mas ainda distante da meta de 3,0%.”
“Por outro, o setor de alimentos apresenta riscos altistas: o aumento das exportações de produtos agrícolas, impulsionado por tensões no comércio global, pode gerar pressão adicional sobre os preços domésticos dessas commodities – houve um ágio significativo da cotação doméstica da soja frente à referência internacional quando da primeira guerra comercial.”
Para 2026, o banco revisou a expectativa de inflação para 4,4% (de 4,5%), incorporando a inércia menor em 2025.
Itaú mantém previsão de Selic subindo a 15,25%
No mesmo relatório, o Itaú Unibanco reiterou a perspectivas de mais duas altas de 0,50 ponto percentual da Selic. O banco vê então o fim do atual ciclo de aperto monetário em junho, com a taxa atingindo 15,25% ao ano.
“As expectativas de inflação desancoradas, o hiato positivo, e as projeções do próprio Banco Central seguem indicando com a necessidade de seguir avançando com o ciclo de alta de juros em território contracionista.”
“Mas reconhecemos o risco de que a alta final (em junho) seja menor ou que não ocorra.”
Isso porque, conforme o texto assinado por Mario Mesquita, a guerra comercial pode ter impacto desinflacionário para o Brasil, principalmente em função da queda de preços de commodities em reais, a depender de onde a taxa de câmbio vai estabilizar.
“Evidências de um impacto desinflacionário poderiam permitir uma pausa antecipada do ciclo de alta de juros.”
“Acreditamos, no entanto, que dada a incerteza e volatilidade do cenário, o Banco Central deve ser cauteloso para não tomar decisões precipitadas que possam incorrer em mais risco inflacionário adiante, considerando um cenário de expectativas bastante desancoradas.
Para 2026, o Itaú projeta cortes de juros ao longo do 1º semestre, com a Selic baixando para 13,25% ao ano.
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