Investidores querem financiar descarbonização, mas enfrentam demora de governo e de empresas, diz estudo

O Brasil é o segundo maior emissor de títulos climáticos da América Latina, mas a escala de seu financiamento verde ainda é pequena

Foto: Pexels
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Um relatório do grupo britânico de gestão de ativos globais Janus Henderson mostrou que investidores internacionais estão dispostos a financiar os projetos de descarbonização que precisam ser feitos pelo governo brasileiro e por empresas, mas as entidades nacionais estão demorando para criar planos de investimentos necessários.

Em abril de 2021, o presidente Jair Bolsonaro se comprometeu a alcançar, até 2050, a neutralidade zero de emissões de gases de efeito estufa no país. Entretanto, as descobertas da pesquisa sugerem que a demora do governo brasileiro e de empresas do setor privado em aceitarem a oferta estrangeira é a razão pela qual os países latino-americanos estão atrasados em relação a outros mercados em termos de financiamento de seus compromissos de descarbonização, que foram firmados na COP26.

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O fundo analisou o tamanho total do mercado global de US$ 1 trilhão em emissões climáticas, incluindo títulos verdes e instrumentos sustentáveis. Deste total, apenas US$ 45 bilhões das emissões de mercados de capitais de dívidas internacionais vieram da América Latina e são compostos, especificamente, por títulos verdes (US$ 26 bilhões), energia renovável e financiamento climático (US$ 17 bilhões) e títulos de sustentabilidade (US$ 2,8 bilhões).

Na análise da gerente de portfólio de dívidas de mercados emergentes da Janus Henderson, Jennifer James, as ambições políticas limitadas e a falta de financiamento do setor privado reduziram o progresso na descarbonização na América Latina.

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“A questão não é de demanda, mas de oferta – há poucos países latino-americanos que emitiram quantias significativas de dívida sustentável em moeda forte. Nem mesmo o Brasil, que tem sido um dos poucos emissores ativos neste espaço de renda fixa, chegou perto da quantia necessária para os financiamentos de dívidas, que poderia ser captada para vários projetos que precisam ser implementados para que o país conquiste a sua meta de ser “carbono neutro”.

O Brasil é o segundo maior emissor de títulos climáticos na região, somando US$ 8,7 bilhões, mas a escala de seu financiamento verde é pequena devido ao tamanho do país. Já o Chile se destaca como principal emissor, com US$ 9 bilhões em títulos em circulação.

Por outro lado, o estudo mostra que a região é uma exceção positiva em outras questões climáticas, pois tem uma parte significativa da sua energia renovável como porcentagem do consumo final total de energia em países diversos, grandes e densamente povoados principalmente aqueles que são impulsionados pela geração de energia hídrica.

Com Valor Pro, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico

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