Galípolo: ‘Quem quer ser Miss Simpatia não vai para o Banco Central’

Segundo o futuro chefe do BC, diretores vão manter a política monetária restritiva até atingir-se a meta de inflação

O diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo. Foto: Washington Costa/MF
O diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo. Foto: Washington Costa/MF

O diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, sinalizou nesta sexta-feira (29) que o órgão deve manter o ciclo de aperto monetário. Mesmo com os possíveis efeitos negativos em termos de atividade econômica.

“Quem quer ser Miss Simpatia não vai para o Banco Central”, afirmou durante encontro anual da Febraban, entidade que representa os bancos. ‘Miss Simpatia’ é o título de um filme de comédia estrelado por Sandra Bullok.

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Nesse sentido, Galípolo, que assume a presidência do BC em janeiro de 2025, frisou que “as expectativas desancoradas são fonte de insatisfação para toda a diretoria do BC”.

Expectativas desancoradas é um jargão da autoridade monetária para qualificar cenários em que a projeção do mercado é de inflação acima da meta.

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As estimativas para alta do IPCA, que serve de referência para o BC decidir o que faz com os juros, vêm subindo há várias semanas.

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Para 2024, a previsão mais recente é de 4,63%, enquanto para o ano que vem está em 4,34% e, para 2026, em 3,78%.

A meta de inflação é de 3%, podendo chegar a 4,5%, se considerado o intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.

De acordo com Galípolo, a atual diretoria de nove diretores do BC trabalha “na mais absoluta harmonia”.

Além disso, o grupo tem claro o mandato do órgão de “manter a política monetária restritiva até atingir a meta (de inflação)”.

O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne nos dias 10 e 11 de dezembro para decidir sobre a Selic, hoje em 11,25% ao ano.

Após a divulgação do pacote, cresceu no mercado nesta semana a expectativa de que o Copom aumentará o juro em 1 ponto percentual, o levando para 12,25%.

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