Fintechs querem dar empréstimos com smartphones ou notebooks como garantia

Projeto de lei está na pauta de votações da Câmara dos Deputados esta semana e é um item prioritário da agenda econômica do governo

Foto: Daniel Dan/Pexels
Foto: Daniel Dan/Pexels

Fintechs têm a possibilidade de oferecer empréstimos mais baratos, em que o tomador poderá dar seu aparelho celular ou um notebook como garantia, disse o presidente da Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs), Diego Perez, em seminário organizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) para discutir o Projeto de Lei (PL) 4.188/2021. A aprovação da proposta, que reforma o sistema de garantias no país, abriria caminho para essas novas contratações.

Segundo o executivo, fintechs de crédito têm o público C, D e E como seus principais clientes e 42% das operações são empréstimos sem garantia, mais caros para o tomador. “Garantia precisa estar registrada em cartório”, disse. “Contratar um serviço por celular e alguém ter de ir ao cartório registrar, não é escalável.” A administração das garantias pela instituição financeira exige uma estrutura pouco compatível com as fintechs.

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O PL ataca justamente esse ponto, ao permitir a criação de instituições privadas dedicadas a gerir colaterais, as Instituições Gestoras de Garantia (IGGs). Essas estruturas vão permitir que as instituições financeiras foquem na concessão do crédito. Dessa forma, fintechs conseguirão atuar nos empréstimos com garantia.

As IGGs poderão ser especializadas e dedicadas a nichos. Assim como há seguradoras focadas em smartphones, poderá haver IGGs voltadas a gerir esse tipo de garantia, disse.

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Da mesma forma, poderá haver IGGs de parques computacionais, nos quais uma empresa poderá usar seu conjunto de computadores e notebooks corporativos como garantia para tomar recursos para capital de giro, exemplificou.

O PL está na pauta de votações da Câmara dos Deputados esta semana e é um item prioritário da agenda econômica do governo. Compõe um conjunto de medidas que busca facilitar a tomada de crédito. Também faz parte desse grupo a Medida Provisória (MP) 1.085,2021, que interliga em sistema os cartórios brasileiros, também na pauta da semana. O novo marco da securitização, igualmente em análise no Congresso Nacional, é outro componente do pacote.

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