Fed aumenta juros dos EUA em 0,75 p.p., para intervalo 2,25%-2,5% ao ano

Em entrevista à imprensa, presidente do banco, Jerome Powell, diz que ritmo de altas pode ser reduzido; Nasdaq dispara quase 4% e Ibovespa acelera

Telão durante pregão da Bolsa de NY (NYSE) mostra discurso de Jerome Powell, presidente do Fed. Foto: Reuters/Andrew Kelly
Telão durante pregão da Bolsa de NY (NYSE) mostra discurso de Jerome Powell, presidente do Fed. Foto: Reuters/Andrew Kelly

O Fed (Federal Reserve), banco central americano, anunciou na tarde desta quarta-feira (27) um aumento de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros dos Estados Unidos, que assim passa ao intervalo 2,25%-2,5% ao ano. A decisão, unânime entre os membros do comitê de política monetária do Fed, não surpreendeu: essa elevação era justamente a aposta majoritária do mercado financeiro.

Com duas reuniões seguidas de aumento, o Fed está promovendo a maior alta de juros desde 1980.

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Assim como diversos países em todo o mundo, incluindo o Brasil, os EUA estão sofrendo com a inflação mais alta em anos. A principal ferramenta dos bancos centrais para tentar domar os preços é a taxa de juros, mas esse remédio não pode ser forte demais a ponto de desacelerar demais a atividade econômica. Nos EUA, a meta de inflação ao consumidor anual é de 2%. Em junho, porém, chegou a 9.1%.

A próxima reunião do Fed para discutir as taxas de juros é em 20 e 21 de setembro. A maior parte das apostas até o momento é de mais um aumento de 0,5 ponto percentual daqui a dois meses.

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Entrevista de Jerome Powell

Mais do que na elevação, porém, os investidores estavam aguardando ansiosamente a entrevista coletiva à imprensa que o presidente do Fed, Jerome Powell, concede logo após o anúncio.

O executivo disse que o banco está comprometido em trazer a inflação para a meta. “Não hesitaríamos em fazer um aumento maior se os dados indicassem essas necessidade. Não foi o caso. Esperamos sólidos sinais de declínio da inflação nos próximos meses”, afirmou. Mesmo assim, o presidente do Fed não acredita que o país está entrando em recessão – embora tenha se recusado a comentar qual seria a sua definição de recessão. A força do mercado de trabalho, disse, mostra que a atividade ainda está bem aquecida.

Segundo Powell, os próximos passos do Fed dependem de como os indicadores se comportarem daqui em diante, mas o ritmo de elevação pode ser reduzido. A Bolsa de tecnologia Nasdaq respondeu à sinalização subindo 3,7% em Nova York por volta das 15h50.

A elevação dos juros torna as aplicações em produtos de renda fixa mais atraentes, em detrimento dos ativos tidos como mais arriscados, a exemplo das ações negociadas em Bolsa de Valores. Dentro da Bolsa, existem setores ainda mais perigosos, como o de tecnologia. Por isso, a Nasdaq sofreu bastante nos últimos meses e mostra a maior recuperação nesta tarde, enquanto o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, subia 1,2% no mesmo horário.

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, também acelerou, avançando 1,4%, para 101.140 pontos. As maiores elevações eram das ações da companhia aérea Gol (+9,6%), do grupo varejista GPA – Pão de Açúcar (+7%), e da empresa de serviços de internet Locaweb (+7,8%).

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