De ‘saque calamidade’ até venda com preço de custo: como empresas ajudam após tragédia

Enchentes no Rio Grande do Sul deixam ao menos 100 mortos e dezenas de milhares de desabrigados; veja algumas ações de contenção da tragédia

Resgate de vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini
Resgate de vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini

As autoridades anunciaram na tarde desta quinta-feira (8) que o número de vítimas fatais depois das enchentes no Rio Grande do Sul chegou a 107 pessoas. Além das vidas perdidas, há dezenas de milhares de desabrigados, parte considerável deles com acesso restrito a itens básicos como água e alimentos.

Nesse contexto, empresas do Rio Grande do Sul e outras com atuação nacional e forte presença na região anunciaram ações em favor das vítimas e pela reconstrução dos cerca de 400 municípios afetados pelas chuvas que começaram na semana passada.

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As iniciativas envolvem desde medidas de liberação de verbas a partir de empresas públicas, como Caixa Econômica e Petrobras (PETR3, PETR4), até ações que estão mais relacionadas a doações e disponibilidade de entrepostos de doação na região, como são os casos das redes locais Renner (LREN3) e Quero-Quero (LJQQ3).

Assim, veja algumas das ações voltadas à contenção dos danos causados pelas enchentes no Rio Grande do Sul.

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Renner (LREN3) anuncia ações de acolhimento após enchentes no Rio Grande do Sul

A varejista de roupas Renner (LREN3) afirma que colocou, desde o início da crise das chuvas, “uma equipe especialmente dedicada a monitorar a situação em todas as unidades localizadas no RS”. Contudo, a empresa, uma das mais importantes do Rio Grande do Sul, não detalhou como ocorre o trabalho de monitoramento.

De acordo com comunicado oficial da empresa, estão sendo tocadas “ações de acolhimento, flexibilização e apoio” voltadas aos colaboradores e familiares que residem em localidades afetadas. Também não há detalhes sobre o atendimento a esses funcionários e seus familiares.

A companhia, através do Instituto Lojas Renner, está realizando doações e ações coordenadas com entidades e órgãos oficiais no RS para ajuda às comunidades atingidas. Além disso, cerca de 4% do total de unidades da companhia estão temporariamente fechadas.

Quero-Quero (LJQQ3) divulga venda por ‘preço de custo’ para doação

A rede Quero-Quero (LJQQ3) diz oferecer “dezenas de produtos a preços de custo, parcelamento sem juros e crédito facilitado para todas as pessoas que precisam reconstruir suas casas ou estabelecimentos”.

Pelo WhatsApp, a varejista oferece serviço que permite ao doador conhecer a lista de produtos em condições diferenciadas. As compras acontecerão presencialmente nas lojas ou pelo teleatendimento.

Um colchão infantil vendido a R$ 149,90 no site pode ser comprado por R$ 86,70. Um fogão de quatro bocas, de R$ 579,90 por R$ 439,50. Uma geladeira que custava R$ 2.399,90 agora é vendida para doação a R$ 2.060,10. Os preços foram obtidos na tarde de quarta-feira (8).

Assim também, as lojas Quero-Quero estão recebendo doações em todo o Brasil para levar ao Rio Grande do Sul. O estado é onde a varejista nasceu e mantém boa parte da sua operação.

As doações são aceitas também via WhatsApp, no número (51) 98600 8186.

As unidades da Quero-Quero no Rio Grande do Sul também estão servindo como postos de coletas de donativos para as pessoas afetadas que puderem ir até as lojas. São aceitos alimentos não perecíveis, água e itens de higiene pessoal.

O site da empresa também explica como doar e receber as doações ou produtos a preço de custo.

Petrobras (PETR4) doa R$ 5,6 milhões para vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul

A Petrobras (PETR3, PETR4) aprovou a doação de R$ 5,6 milhões para apoio à população de Canoas e Esteio. Ou seja, duas das cidades mais atingidas pelas chuvas no Rio Grande do Sul. A doação, aliás, tem como destino o Movimento União BR, por meio da ONG Instituto da Criança.

“O valor será complementar a medidas emergenciais já tomadas pela Petrobras para ajuda humanitária à população atingida, tais como eletrodomésticos, cestas básicas e itens de primeira necessidade”, diz o governo, acionista principal da empresa, em comunicado em seu site.

Caixa Econômica atua na área de habitação

A Caixa Econômica Federal, dona da Caixa Seguridade (CXSE3), está agindo em algumas frentes para oferecer ajuda aos habitantes do Rio Grande do Sul. O banco estatal enviou especialistas nas áreas de Habitação, FGTS e Governo para prestar apoio técnico às prefeituras. Ainda, ajudarão a planejar e executar o atendimento e a reconstrução das áreas atingidas.

A CEF também abriu a possibilidade de pausar contratos de financiamento habitacional nas regiões atingidas por até três meses, mediante solicitação dos clientes. 

Além disso, é possível a incorporação das prestações no saldo devedor dos clientes inadimplentes.

Caixa libera saque calamidade após tragédia no RS

Além disso, a Caixa disponibiliza um mecanismo de suporte conhecido como saque calamidade do FGTS. E, assim, está auxiliando as prefeituras para agilizar a liberação dos valores. 

Após a liberação, a população poderá realizar o saque do FGTS pelo celular por meio do aplicativo FGTS. Isto é, sem a necessidade de comparecer a uma agência. Veja mais detalhes aqui.

BRF (BRFS3) e Marfrig (MFRG3) organizam doações

A BRF (BRFS3) e a Marfrig (MFRG3) anunciaram que vão oferecer R$ 2 a cada R$ 1 doado por terceiros por meio da iniciativa criada em conjunto entre as empresas. As companhias atuam no setor de proteína animal, que têm grande parte dos seus produtores localizados na região afetada pela chuva,

O dinheiro arrecadado vai para o Fundo de Ajuda Humanitária do Instituto BRF. A chave do pix para as doações é instituto.brf@brf.com.

Em comunicado, as empresas afirmam que já foram doadas mais de 50 toneladas de alimentos, mais de 5,5 toneladas de ração para pets e mais de 1 mil marmitas e lanches.

Até a tarde desta quarta-feira (8), o fundo havia arrecadado o total de R$ 1,1 milhão, já somadas as doações das empresas.

Telebras (TELB4) doa antenas para restabelecer serviços de comunicação

A Telebras (TELB4), por sua vez, enviará mais 20 antenas emergenciais para apoio às equipes de resgate, centros de comando de crise, hospitais de campanha e abrigos com internet de banda larga nas regiões atingidas pelas enchentes no Rio Grande do Sul. 

Além disso, a estatal já havia enviado 14 antenas emergenciais na última semana. 

Os equipamentos são utilizados por equipes de resgate da Defesa Civil e Corpo de Bombeiros para compartilhamento de informações e comunicações rápida. Assim, auxiliam na transmissão de imagens de drones para monitoramento das áreas afetadas e identificação de pontos que necessitem de ajuda.

As antenas também favorecerão centros de comando de crise, para coordenação das ações de resgate e hospitais de campanha, entre outros locais.

Agora, os novos equipamentos serão destinados para as seguintes cidades: Estrela, Lajeado, Muçum, Roca, Sales, Arroio do Meio, Encantado, Taquari, Venâncio Aires, Santa Maria, Cachoeira do Sul, Candelária e Santa Cruz do Sul. 

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