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Em voto a distância, acionistas rejeitam Gileno Barreto como presidente do conselho da Petrobras
Acionistas da Petrobras que votaram antecipadamente, via boletim de voto a distância na eleição de novos integrantes do conselho de administração da companhia, rejeitaram a indicação de Gileno Gurjão Barreto para a presidência do colegiado, de acordo com o mapa consolidado de votação. Atual presidente do Serviço de Processamento de Dados (Serpro), Gileno recebeu votos a favor relativos a 402.126.646 ações; os votos contrários foram os referentes a 469.219.313 ações. Outras 81.418.900 ações corresponderam a abstenções.
O boletim de voto a distância é usado por investidores, sobretudo estrangeiros, para votar antes da assembleia. O mapa consolidado de votação, no entanto, mostra um resultado parcial uma vez que muitos acionistas, inclusive o controlador, deixam para votar na hora da assembleia.
Uma das empresas contratadas por investidores para ajudá-los a definir votos em assembleias de companhias abertas, a ISS, não recomendou voto em Gileno Barreto como presidente do conselho. Para a ISS, a eleição de um “chairman” não independente impacta de forma negativa as práticas de governança corporativa da petroleira. O Valor antecipou a recomendação da ISS na semana passada e, na ocasião, Barreto não quis comentar.
No mapa não constam os nomes de Jônathas de Castro, secretário-executivo da Casa Civil, e Ricardo Alencar, procurador-geral da Fazenda Nacional (PGFN), que foram considerados inelegíveis pelo Comitê de Elegibilidade (Celeg) da estatal.
O governo manteve as indicações de ambos mesmo após pareceres do Celeg que indicavam conflito de interesses na eventual atuação dos executivos na petroleira e nos cargos públicos que ocupam atualmente.
A assembleia geral extraordinária que vai eleger os novos nomes está prevista para a sexta-feira (19) a partir de 13 horas e será realizada pelo sistema de voto múltiplo, que permite aos acionistas concentrar votos em determinados candidatos.
Representantes dos minoritários, Marcelo Gasparino e José João Abdalla Filho receberam, respectivamente, 478.719.730 e 260.922.964 votos.
Entre os seis nomes indicados pela União para o conselho, o mais votado foi o atual presidente do conselho, Márcio Weber, com 35.982.064 votos, seguido por Ruy Schneider, com 31.973.572 votos. Ambos os candidatos, porém, tendem a não ser reconduzidos ao conselho, diante da intenção do governo, controlador da Petrobras, de bancar as indicações de Castro e Alencar.
Na assembleia estarão em jogo oito das 11 cadeiras do conselho de administração da estatal. A União indicou oito nomes e os minoritários dois. Significa que dos dez postulantes ao colegiado dois devem ficar de fora.
Em ordem decrescente ficaram Edson Antônio Costa Brito Garcia (31.820.298 votos), Ieda Cagni, Caio Paes de Andrade (atual presidente-executivo da estatal) e Gileno Gurjão Barreto, cada um deles com 20.564.661 votos.
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