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Economista vê risco de Selic ficar acima de 12,25% ao ano
A consultoria MB Associados revisou para cima as perspectivas para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) e a taxa Selic em 2022. A projeção para a inflação no final do ano subiu de 4,7% para 5,9%, enquanto a previsão para o aumento dos juros básicos da economia passou de 11,75% no final do atual ciclo de aperto monetário para 12,25%.
“Há riscos de que a Selic acabe subindo mais do que isso, mas preferimos esperar as próximas decisões do Banco Central”, destacou em relatório Sérgio Vale, economista-chefe da MB. “Vale lembrar que o BC está sozinho no combate à inflação este ano. Não há ajuda da política fiscal, o câmbio deverá se manter pressionado com os riscos de juros nos EUA e eleições por aqui”, acrescentou.
Na avaliação de Vale, a inflação tem dados sinais de pressão que vão se estender além de 2021. “O IPCA fechado pouco acima de 10% deve permanecer acima desse patamar até março e ceder lentamente até o final do ano. Alimentos voltam a ser motivo de preocupação nesse começo de 2022, com quebras importantes de soja e feijão, em
que pese as culturas futuras de milho e cana e a produção de carnes ainda terem perspectivas positivas para o ano”, escreveu. “Além disso, preocupa o indicador de difusão da inflação que chegou a quase 75% no final do ano passado, dando sinais de que a inflação está se espalhando rapidamente.”
Ainda no relatório, o economista-chefe da MB Associados destacou que, diferente dos ciclos de alta do IPCA de 2002 e 2016, dessa vez o trabalho da autoridade monetária para conter a inflação está mais difícil. “O BC terá que dar sinais continuamente contundentes nos próximos meses para evitar que as expectativas de 2023 também sejam contaminadas. A meta (para o IPCA) ano que vem é 3,25% e não será tão simples sair de um nível de quase 6% para praticamente metade do que se verá este ano. Por isso, é mais provável que a Selic permaneça em 12,25% o ano inteiro por conta dos riscos envolvidos”, completou.
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