O dólar passou a oscilar em torno da estabilidade nos últimos minutos de negócios, após a divulgação dos dados do setor industrial dos Estados Unidos, que superaram as estimativas de consenso. Neste sentido, o real opera em linha com os pares emergentes no pregão desta sexta-feira, marcado por um ritmo mais lento de negócios, com os investidores ainda retornando das festividades de fim de ano.
Por volta das 13h, o dólar comercial operava em ligeira queda de 0,05%, negociado a R$ 6,1599 no segmento à vista. Já o dólar futuro para fevereiro subia 0,01%, a R$ 6,1910. O euro comercial avançava 0,33%, a R$ 6,3371.
No mesmo horário, o dólar subia 0,38% frente ao peso mexicano; 0,11% frente ao rand sul-africano; e caía 0,07% ante a lira turca. A moeda americana também subia 0,61% ante o peso chileno.
A sessão desta sexta-feira é marcada por oscilações menos intensas no mercado cambial. Mais cedo, o dólar chegou a encostar na marca dos R$ 6,20, nas máximas do dia, mas rapidamente perdeu força e voltou a ser negociado ao redor da estabilidade.
O índice de gerente de compras (PMI) industrial dos EUA calculado pelo Institute for Supply Management (ISM) subiu em dezembro para 49,3, ante 48,4 em novembro, frente à estimativa de leitura a 48 pontos dos agentes de mercado.
Imediatamente após a divulgação, os rendimentos dos títulos do Tesouro americano (Treasuries) passaram a subir. No mesmo horário citado acima, o juro da T-note de 2 anos, que nas mínimas do dia marcou 4,235%, oscilava ao redor da estabilidade, aos 4,262%. Já a taxa da T-note de 10 anos subia de 4,568% para 4,584%.
Segundo os profissionais do Société Générale, a fraca história do consumo chinês/commodities e fatores idiossincráticos (preocupações fiscais para o Brasil e temores tarifários para o México) relegaram o real e o peso mexicano aos piores desempenhos em 2024.
“O BCB aumentou a taxa Selic em um acumulado de 175 pontos-base desde setembro passado (diferencial de taxa com o Fed +275 pontos-base) e intensificou a defesa do BRL, mas sem muito sucesso. O BRL se recuperou do recorde de baixa de R$ 6,3156, mas será necessária uma forte declaração política sobre a política fiscal para que a moeda dê uma guinada”, apontam os estrategistas da instituição.
Eles também notam que o CDS de 5 anos do Brasil subiu para 216 pontos-base no final de dezembro, aumentando mais do que qualquer outro país emergente. “O rendimento de 10 anos dos títulos brasileiros ultrapassaram 15% pela primeira vez desde que a ex-presidente Dilma Rousseff foi deposta em 2016″, afirmam.
Do ponto de vista da análise técnica, o banco francês nota que o dólar saiu de uma faixa de vários anos contra o real, resultando em uma extensão da sua tendência de alta. “O movimento estagnou perto de R$ 6,31. Uma breve pausa se materializou, mas os sinais de uma retração mais profunda ainda não são visíveis. A média móvel diária de 50 dias, em R$ 5,93 a R$ 5,86 é uma zona de suporte importante no curto prazo. Somente se ela for violada, haverá risco de um movimento de baixa maior. Além de R$ 6,31, os próximos objetivos estão localizados nas projeções de R$ 6,37 a R$ 6,40 e R$ 6,54
*Com informações do Valor Econômico
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