Diretor do BC: Não há alvo pré-definido para Selic ao fim do ciclo de relaxamento monetário

Mauricio Moura disse também que guerra traz novos riscos que podem afetar preços de importantes ativos

Maurício Moura, diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta do Banco Central do Brasil. Foto: Raphael Ribeiro/BCB
Maurício Moura, diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta do Banco Central do Brasil. Foto: Raphael Ribeiro/BCB

O diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta do Banco Central, Mauricio Moura, enfatizou nesta segunda-feira (16) que o Comitê de Política Monetária (Copom) não tem um alvo pré-definido para a Selic ao fim do atual ciclo de afrouxamento da taxa básica de juros. No mês passado, o colegiado cortou a Selic em 0,50 ponto porcentual pela segunda reunião seguida, para 12,75% ao ano, e sinalizou que continuará nesse ritmo nos próximos encontros.

“O orçamento monetário para queda da Selic vai depender de vários fatores, como a atividade, expectativas de inflação e o balanço de riscos do Copom. O Copom vai seguir reduzindo Selic enquanto achar que há espaço e no ritmo que julgar mais adequado. Não há um alvo pré-definido para Selic ao fim do ciclo de relaxamento monetário”, afirmou Moura, em live semanal da autoridade monetária para responder dúvidas do público.

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O diretor lembrou que votou pelo corte de 0,50 ponto na última reunião – cuja votação foi unânime, bem como a sinalização de continuidade desse ritmo.

“Qualquer mudança nessa minha opinião pessoal, se for o caso, só viria a partir da análise de um amplo conjunto de dados que será trazido na próxima reunião, de 31 de outubro e 1º novembro”, acrescentou Moura.

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“As decisões do Copom são muito técnicas, baseadas em uma infinidade de fatores econômicos. Mesmo se quisesse dar uma sinalização sobre ritmo, não teria todos os elementos necessários”, completou.

Riscos da guerra Israel-Hamas

O diretor disse que o conflito entre Israel e o Hamas pode afetar os preços de importantes ativos no comércio global, como o petróleo, mas ressaltou que ainda é cedo para falar sobre os impactos da guerra para a inflação brasileira.

“A guerra é um fator terrível e sempre é um drama humanitário, que também tem implicações econômicas. A guerra traz novos riscos geopolíticos que podem ter impacto em preços de importantes ativos, principalmente no petróleo, que tem disseminação em outros preços. Entretanto, o conflito está em fase inicial, com incertezas sobre duração e intensidade e seus efeitos sobre a inflação global e local”, afirmou Moura.

Diante do agravamento do cenário externo, o diretor do BC destacou a importância do regime de câmbio flutuante que, segundo ele, funciona como um amortecedor diante das incertezas internacionais, reduzindo a volatilidade da moeda.

Cartão de crédito

Mauricio Moura destacou também a necessidade de que todos os agentes envolvidos no setor de cartões de crédito conversem para que a solução buscada para o rotativo não tenha uma transição que prejudique empresas ou consumidores.

“O mercado de cartões de crédito tem muitos participantes, que dependem uns dos outros e se relacionam entre si em um delicado equilíbrio. Existem tarifas e remunerações que são cobradas de alguns e repassados a outros. As compras parceladas sem juros cresceram muito e são importantíssimas para comércio e clientes, mas têm riscos e custos que são distribuídos nesse sistema complexo”, afirmou.

Moura repetiu que o parcelamento sem juros no cartão impacta tanto a inadimplência quanto o nível da taxa de juros do rotativo. “O sistema de cartão de crédito precisa encontrar um novo equilíbrio, sem que nenhuma ponta seja prejudicada. É importante que todos os envolvidos do setor de cartões conversem”, completou.

Com informações do Estadão Conteúdo

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