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Com manutenção da Selic, poupança deve ficar defasada por um bom tempo
A manutenção da taxa básica de juros brasileira Selic em 13,75% ao ano, como anunciado no começo da noite desta quarta-feira (21) pelo Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), significa que a tradicional caderneta de poupança continua defasada em relação às aplicações em renda fixa.
A rentabilidade da poupança tem como referência os juros básicos. Quando a Selic está abaixo de 8,5% ao ano, a poupança rende, ao mês, 70% da Selic mais a TR (taxa referencial), que está atualmente em 0,24%. No entanto, quando a Selic sobe acima de 8,5% ao ano, a poupança rende 0,5% mais a TR. Ou seja, a partir do nível de 8,5% ao ano da Selic, a poupança para de acompanhar a taxa básica. Enquanto isso, títulos do Tesouro Direto atrelados à taxa de juros, tidos como uma aplicação segura, rendem 13,75% ao ano.
Essa desvantagem tende a se manter no médio prazo. No comunicado justificando a decisão de segurar a Selic, o Copom deixou bem claro que não vai medir esforços para segurar a inflação. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor) nos 12 meses até agosto está acumulado em 8,73% – a meta para este ano é de 3,5%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais e para menos.
“O comitê se manterá vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação, e reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”, disse a autoridade monetária no comunicado. “Os passos futuros poderão ser ajustados, e o comitê não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado.”
Por ora, a maioria do mercado aposta que a Selic só vai começar a cair no segundo semestre do ano que vem. E o Copom ainda está avisando que pode até voltar a elevar a taxa se a inflação tiver algum repique.
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