Bradesco lucra R$ 5,4 bi no 4º tri, levemente acima das projeções; no ano, alta é de 20%

O Bradesco teve lucro líquido recorrente de R$ 5,402 bilhões no quarto trimestre de 2024, com alta de 3,4% ante o terceiro trimestre e de 87,7% na comparação com o mesmo período do ano anterior. O resultado ficou levemente acima da média das projeções dos analistas consultados pelo Valor, que apontava ganho de R$ 5,311 bilhões.

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No ano de 2024, o banco lucrou R$ 19,554 bilhões, alta de 20,0% comparado a 2023.

O lucro líquido contábil foi de R$ 4,934 bilhões no quarto trimestre, queda de 5,6% ante o terceiro trimestre e alta de 189,7% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

A rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio trimestral (ROAE) atingiu 12,7%, de 12,4% no terceiro trimestre e 6,9% no quarto trimestre de 2023.

A margem financeira somou R$ 16,995 bilhões, com alta trimestral de 6,2% e de 5,4% em 12 meses.

A receita de serviços somou R$ 10,262 bilhões no quarto trimestre, alta de 3,6% em três meses e de 13,7% em 12 meses. As despesas operacionais totalizam R$ 16,418 bilhões, alta trimestral de 9,1% e anual de 9,9%.

Carteira de crédito

A carteira de crédito expandida do Bradesco atingiu R$ 981,692 bilhões em dezembro, alta de 4,0% no comparativo trimestral e 11,9% em 12 meses. Em pessoas físicas houve alta de 3,9% no trimestre e de 11,9% em 12 meses, ao atingir R$ 403,307 bilhões. Em pessoas jurídicas, ao somar R$ 314,773 bilhões, a carteira teve avanço trimestral de 4,8% e anual de 17,9%.

Segundo o Bradesco, a carteira de expandida apresentou crescimento em ambos os períodos e em praticamente todas as modalidades de crédito. “O crescimento demonstra melhor qualidade de crédito, reflexo dos ajustes efetuados nos modelos de originação, com destaque para as pessoas físicas e micro, pequenas e médias empresas.”

Em PF, na variação trimestral o destaque foi o cartão de crédito, que cresceu 6,5%, a R$ 75,631 bilhões. Já consignado aumentou apenas 0,9%, a R$ 97,184 bilhões.

Em PJ, financiamento imobiliário subiu 8,8%, a R$ 30,657 bilhões. E na outra ponta, financiamento ao comércio exterior caiu 1,0%, a R$ 55,571 bilhões.

Inadimplência e PDD

O Bradesco registrou uma inadimplência de 4,0% no quarto trimestre, ante 4,2% no terceiro e 5,1% em igual período de 2023. A inadimplência de curto prazo (15 a 90 dias) ficou em 3,4%, de 3,4% e 4,1%, respectivamente.

O Bradesco diz que a inadimplência apresenta mais um trimestre de melhora em todos os segmentos, refletindo a qualidade das novas safras que seguem registrando baixos níveis de atraso. “O indicador de 15 a 90 dias apresentou estabilidade no trimestre com melhora no desempenho de nossas operações com clientes PF e um leve aumento no segmento de grandes empresas causado por um cliente específico”.

As provisões para devedores duvidosos (PDD) expandidas foram de R$ 7,460 bilhões no quarto trimestre, apresentando alta de 4,7% em relação ao trimestre anterior e queda de 29,1% em 12 meses. De acordo com o banco, a melhora no perfil da carteira, principalmente do massificado, contribuiu de forma significativa com a redução de R$ 9,9 bilhões nas despesas com PDD expandida total, que reduziu 25% em relação ao ano de 2023.

O índice de cobertura ficou em 169%, de também 169% no terceiro trimestre e 165% no quarto trimestre do ano anterior.

Margem financeira e com clientes

O Bradesco informou que sua margem financeira total atingiu R$ 16,995 bilhões no quarto trimestre, com alta de 6,2% no trimestre e 5,4% em um ano.

A margem com clientes ficou em R$ 16,153 bilhões, com alta trimestral de 3,3% e anual de 4,7%. A taxa média ficou em 8,4%, de 8,4% no terceiro trimestre e 8,8% no quarto trimestre de 2023.

Já a margem com mercado ficou em R$ 842 milhões, com alta de 131,3% no trimestre e 21,0% em um ano.

Segundo o Bradesco, a margem com clientes foi beneficiada pelo volume médio de negócios em todos os segmentos e melhora na margem com passivos, compensado por menor receita pela quantidade de dias no período. “A manutenção da taxa média bruta da margem reflete os efeitos dos impactos regulatórios em financiamento de cartão de crédito, a margem de passivos e a discriminação de risco das operações, privilegiando a qualidade das novas concessões de crédito, compensado pelo aumento do spread gerado pela redução das carteiras em atraso dentro do portfólio.”

Na margem com mercado, o banco diz que ela foi impulsionada pelo maior resultado com arbitragem.

Guidance do Bradesco para 2025

O Bradesco divulgou seu guidance para 2025. O banco espera ampliar o estoque de crédito entre 4% e 8%. A margem financeira líquida deverá ficar entre R$ 37 bilhões e R$ 41 bilhões.

O banco trabalha com a expectativa de avanço de 5% a 9% nas despesas operacionais. As receitas de prestação de serviços devem ter um crescimento de 4% a 8%. O resultado da operação de seguros crescerá entre 6% e 10% em 2025.

*Com informações do Valor Econômico

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