Bolsas de NY sobem com Ucrânia, pandemia na China e decisão do Fed

Os índices acionários de Nova York operam em alta, depois de oscilarem entre ganhos e perdas no começo da sessão desta segunda-feira, com os investidores atentos a uma nova rodada de negociações entre a Rússia e a Ucrânia e ao novo surto de covid-19 na China, enquanto aguardam a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o BC americano).
O Dow Jones operava há pouco em alta de 0,86%, a 33.226,76 pontos, enquanto o S&P 500 sobe 0,62%, a 4.230,51 pontos, e o Nasdaq avança 0,40%, a 12.896,87 pontos. Os três índices operaram com bastante volatilidade neste começo de sessão, com tanto o S&P 500 quanto o Nasdaq oscilando entre ganhos e perdas, mas começaram a se firmar em alta há pouco.
Negociadores russos e ucranianos continuam dando algum suporte aos ativos de risco, mesmo que a violência esteja se intensificando em torno de Kiev, a capital ucraniana. Ainda assim, as fortes quedas anotadas nas últimas semanas dão espaço para as ações se recuperarem.
As ações recebem pressão, no entanto, do novo surto de covid-19 na China, que ameaça elevar ainda mais a pressão sobre as cadeias globais de abastecimento, que alimentam, por sua vez, a pressão inflacionária entre as principais economias globais.
A China anunciou novos lockdowns para conter o maior surto da doença desde o início da pandemia, interrompendo as operações de empresas como a Foxconn – umas das principais fornecedoras da Apple -, assim como de diversas fábricas em Shenzhen.
A ação da Tesla, por exemplo, recua 1,55% depois que o presidente da empresa, Elon Musk, disse no domingo, por meio do Twitter, que tanto a Tesla quanto a sua companhia espacial, SpaceX, estavam vendo “pressão inflacionária significativa recentemente em matérias-primas e logística”, acrescentando que “não estamos sozinhos” ao ver estes efeitos.
As ações de tecnologia operam em queda de 0,38% no S&P 500, mas as maiores perdas ficam com as ações de energia, que cedem 3,74% no índice amplo de Wall Street, acompanhando quedas de mais de 6% dos preços do petróleo, em meio a um contido otimismo sobre as negociações entre Rússia e Ucrânia.
O contrato do petróleo Brent para maio operava há pouco em queda de 6,01%, a US$ 105,90 por barril na Ice, em Londres, enquanto o do WTI para abril recua 6,25%, a US$ 102,50 por barril na Bolsa de Mercadorias de Nova York. No mês, porém, o Brent ainda acumula ganhos de mais de 7%, enquanto o WTI sobe mais de 8% e, no ano, ambos acumulam ganhos de mais de 37%.
Nesta semana, o foco do investidor também se volta ao encontro do Fed, que divulga a sua decisão de política monetária na quarta-feira. A expectativa entre os investidores é quase unânime de que o BC americano eleve os juros em 25 pontos-base, mas os investidores devem ficar atentos aos comentários sobre o que ele espera em relação aos efeitos econômicos causados pela guerra da Ucrânia.
Com Valor Pro, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico.