O Banco Central (BC) alterou de 11,1% para 10,6% a sua projeção para o crescimento nominal do estoque de crédito em 2024, de acordo com o Relatório de Inflação (RI) divulgado nesta quinta-feira (19).
Para pessoas jurídicas, a projeção, sempre de crescimento nominal, foi reduzida de 9,7% para 8,8%. Para pessoa física, foi de 12% para 11,7%. Para o crédito livre, passou de de 10,5% para 10,4%. Para o crédito direcionado, foi reduzida de 12% para 10,8%.
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“A principal alteração na projeção do crédito em 2024 foi a redução no crescimento do segmento de pessoas jurídicas com recursos direcionados”, disse o BC.
“O crescimento esperado para essa carteira diminuiu em função da reavaliação do crédito rural e dos empréstimos do Crédito Solidário ao Rio Grande do Sul, que têm evoluído abaixo do previsto anteriormente. No crédito livre, a elevação do crescimento esperado no segmento de pessoas jurídicas compensou a diminuição no de pessoas físicas”, destacou a autoridade monetária.
No caso de 2025, as novas projeções são: 9,6% para o crédito total (10,3% anteriormente); 10% para pessoa física (10,8% anteriormente); 9% para pessoa jurídica (9,5% anteriormente); 9,6% para o livre (10,2% anteriormente); 9,7% para o direcionado (10,5% anteriormente).
Nesse caso, o movimento “refletiu, principalmente, a diminuição do crescimento do saldo dos empréstimos com recursos livres a pessoas físicas”.
“Os efeitos do aperto da política monetária devem se concentrar no próximo ano, afetando especialmente as operações de crédito livre”, disse o BC.
“O crescimento esperado da carteira de crédito livre às empresas foi mantido, porém em patamar inferior ao da carteira de pessoas físicas. No segmento direcionado, as condições de oferta mais restritivas do financiamento imobiliário e o crédito rural mais contido devem afetar tanto as operações com pessoas físicas como as com pessoas jurídicas”, explicou o BC.
Inflexão
Para o BC, o mercado de crédito mostra “sinais incipientes de inflexão”. De acordo com o RI, considerando a elevação da taxa básica de juros e o aumento observado nos juros futuros “espera-se nos próximos meses maior repasse do aumento da Selic para o custo do crédito e moderação no volume de concessões”.
O BC apontou que as taxas de juros de crédito livre começaram a subir, “ainda que discretamente” e as concessões seguiram em nível alto, mas as operações para pessoas físicas registraram recuo. Além disso, o crescimento do saldo ficou estável a taxa de inadimplência também. “Tudo isso se deu em cenário de início do ciclo de aperto na política monetária, forte crescimento econômico e mercado de trabalho aquecido”.
O relatório ainda apontou que os indicadores de inadimplência, endividamento e comprometimento de renda seguiram estáveis “mesmo em cenário de crescimento da atividade e da renda disponível das famílias”.
*Com informações do Valor Econômico
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