Análise: pacote fiscal teve começo, meio, mas está longe de chegar ao fim
Próxima reunião do Copom ocorre no começo de dezembro e é certo que o pacote fiscal sem fim da Fazenda vai impactar a reunião do colegiado
E após muita expectativa, especulação e sobe-e-desce da bolsa de valores o governo federal anunciou seu pacote de ajuste fiscal. Mas depois de tudo que aconteceu desde então, pode-se dizer: o assunto teve começo, meio, mas está bem longe de chegar ao fim.
Dessa forma, para entender a semana basta o investidor saber que a discussão em torno do fiscal vai continuar por algum tempo. E vai continuar por conta de dois fatos e um compromisso que se avizinha.
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Então, vamos ao primeiro fato. É o ‘se’ nas declarações públicas de Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, e de Rodrigo Pacheco, presidente do Senado Federal.
Assim, ambos apoiam o pacote de medidas anunciado mais cedo na semana e até a isenção do Imposto de Renda. ‘Se’ o governo demonstrar que pode compensar essa renúncia fiscal.
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Então, isso nos leva ao segundo fato.
Dessa maneira, após as declarações dos congressistas e da maneira crítica com que o mercado recebeu as medidas, Fernando Haddad compareceu ao tradicional almoço de fim de ano da Febraban. É a entidade que representa os principais bancos brasileiros. Jornalistas são convidados e discursos de autoridades são realizados por lá.
Haddad indica que o jogo do pacote fiscal continua
Assim, na reportagem assinada por Aluísio Alves, repórter especial da Inteligência Financeira convidado para o evento, há a seguinte declaração do ministro da Fazenda: “Se tiver algum problema de cálculo, nós vamos voltar para o Congresso e para a presidência da República“.
Então, tudo isso vai desembocar – só para variar – na decisão do Comitê de Política Monetária (Copom).
O pacote fiscal vai ser levado em consideração nas discussões do colegiado que começam dia 10 de dezembro e terminam no dia seguinte.
Aumento de juros vem aí
A Selic hoje é de 11,25%. Mas qual a magnitude da ampliação? 0,25 ponto percentual? Pouco provável. 0,50, então? Mais provável. 0,75 ponto? Eu não descartaria. Um ponto porcentual? Há quem diga que sim. E esse alguém tem peso na conversa. É o JPMorgan. O banco emitiu relatório a respeito.
Assim, diante do pacote fiscal sem fim do ministério da Fazenda, fico com a análise da economista Zeina Latif. Em entrevista para Renato Jakitas, também repórter especial da Inteligência Financeira, ela disse o seguinte quando perguntada se o próximo Copom pode aumentar a taxa em 0,75 ponto:
“Eu acho que é possível. Mas apesar de tudo, eu acho que ainda não é o cenário mais provável. Seria pouco eficiente. A origem do problema é uma questão fiscal. E a alta dos juros, não é ela que vai conseguir conter a alta do dólar. A tendência seria o Banco Central aguardar, não tomar a decisão em momentos de grande volatilidade. Agora, eu não digo isso para você com toda a convicção do mundo, não. Eu acho que o ambiente ficou mais perigoso.“
Para entender o pacote fiscal |
A Inteligência Financeira preparou uma reportagem que conta sobre os principais pontos do pacote fiscal anunciado pelo ministério da Fazenda. Os principais pontos são: 1. Mudança no aumento do salário mínimo 2. Nova regra do abono salarial 3. Isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil 4. Aumento de IR para quem ganha mais de R$ 50 mil 5. Combate à fraudes Para ler a matéria completa, basta clicar aqui. |