Dólar fecha no maior patamar desde abril com cautela antes do Fed

Moeda se aproxima de R$ 5,70 em meio a expectativa de que o BC americano possa endurecer o discurso contra a inflação na maior economia do mundo

Neste semestre, o dólar sofreu uma queda de 9,27%, a maior em sete anos. (Foto: Pixabay)
Neste semestre, o dólar sofreu uma queda de 9,27%, a maior em sete anos. (Foto: Pixabay)

O tradicional movimento de cautela antes das decisões de política monetária do Federal Reserve voltou a dar as cartas no pregão desta quarta-feira. Diante da expectativa de que o BC americano possa endurecer o discurso contra a inflação na maior economia do mundo, nem mesmo o tom mais duro do Copom, revelado pela divulgação da ata da reunião da da semana passada, conseguiu dar sustentação ao real, que voltou a fechar nos maiores patamares desde abril.

Depois de tocar R$ 5,6186 logo no início do pregão, a moeda americana acabou devolvendo o movimento ao longo da sessão e encerrou em alta de 0,40%, negociada a R$ 5,6937. Este é o maior patamar de fechamento desde 13 de abril, quando o dólar encerrou em R$ 5,7161.

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Segundo analistas, o mercado já está se posicionando para os dados da China de hoje à noite, em que há expectativa de perda de fôlego da economia chinesa , e também em relação ao Fed, que pode anunciar uma aceleração do ritmo do ‘taper’”, disse Luciano Rostagno ao Valor Econômico. Rostagno é estrategista-chefe do banco japonês Mizuho no Brasil. “Após o indicador de preços ao produtor nos EUA mostrar uma alta maior que a esperada, os mercados lá fora começaram a piorar.”

Segundo o Departamento do Trabalho americano, o índice de preços ao produtor (PPI) avançou 0,8% em novembro na base mensal, bem acima da projeção de economistas consultados pelo Wall Street Journal.

Outro fator que dá ímpulso ao dólar é a expectativa de que outros BCs que anunciam suas decisões de juros esta semana, como o Banco Central Europeu (BCE) e do Banco da Inglaterra (BoE), possam divergir na sinalização, preferindo uma postura mais cautelosas diante de incertezas como a ressurgência da covid-19.

Com informações do Valor Econômico.

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