Conheça Joe Rogan, o ‘podcaster’ antivacina de US$ 100 milhões do Spotify

A gigante do streaming que começou como uma plataforma de tecnologia agora está caminhando para ser uma empresa de mídia

Foto: Reprodução Youtube
Foto: Reprodução Youtube

O Spotify se viu no centro de uma polêmica nas últimas semanas ao manter na plataforma o podcast “The Joe Rogan Experience”, que divulga informações falsas sobre a pandemia e sobre as vacinas.

Com isso, perdeu a adesão de Neil Young, que foi seguido por Joni Mitchell na decisão de tirar suas músicas das prateleiras digitais da empresa. David Crosby, Graham Nash e Stephen Stills, velhos parceiros de Young, fizeram igual.

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Mas, afinal, quem é Joe Rogan, o responsável pelo tal podcast que está no centro da discussão?

Quem é Joe Rogan

James Rogan tem 54 anos e é de Newark, Nova Jersei. Alcançou certa fama como comediante de stand-up, tendo dois especiais do gênero no catálogo da Netflix, o “Joe Rogan: Strange Times”, de 2018, e o “Joe Rogan: Triggered”, lançado em 2016.

Faixa-preta de jiu-jitsu e taekwondo, é comentarista de UFC desde 2002 e se diz “apaixonado pelas artes marciais” desde os 13 anos. Também na televisão, apresentou seis temporadas do reality show “Fear Factor”, da NBC, de 2001 a 2006. Além dessas credenciais, se descreve em seu site oficial como um “aventureiro psicodélico”.

Mas foi como podcaster que Rogan ganhou projeção mais robusta. Seu podcast, o “The Joe Rogan Experience”, existe desde 2009 e já recebeu entre os convidados nomes como Jay Leno, Elon Musk, Macauley Culkin, Neil DeGrasse Tyson e Jordan Peterson, entre muitos outros.

O programa tem um estilo descontraído, a conversa costuma fluir de maneira informal, com Rogan deixando os entrevistados bem à vontade em episódios que podem durar mais de três horas. Desde 2020, “The Joe Rogan Experience” virou conteúdo exclusivo do Spotify, que teria pago cerca de US$ 100 milhões pela exclusividade, segundo o Wall Street Journal. Hoje, o podcast do comediante e lutador é o mais ouvido de toda a plataforma, atraindo cerca de 11 milhões de ouvintes por episódio.

Ação penalizada

A polêmica envolvendo Neil Young, que retirou suas músicas do Spotify após falas anti-vacina por parte de Rogan, fez a empresa sueca perder mais de US$ 2 bilhões em valor de mercado.

Variação diária da ação do Spotify

Para reagir, Daniel Ek, CEO do Spotify, publicou um post no blog defendendo o compromisso da empresa com a liberdade de expressão e dizendo que “é importante para mim que não assumamos a posição de censor de conteúdo”, comprometendo-se a colocar avisos em episódios de podcast sobre a covid-19 e direcionar os ouvintes para uma área com informações sobre saúde.

De acordo com informações do site The Verge, Ek teria dito em um discurso interno que não concordava com muita das falas de Rogan, embora defendesse a permanência do podcast na plataforma. Famosos como o surfista Kelly Slater e o ator Dwayne “The Rock” Johnson saíram em defesa de Joe Rogan em meio à discussão.

No Brasil, o podcaster recebeu o apoio do presidente Jair Bolsonaro, que disse, via Twitter, que as “pessoas devem ser livres para dizer o que quiserem”. Além do conteúdo anti-vacina de seu podcast, Joe Rogan acumula falas racistas, homofóbicas e transfóbicas, como na vez em que associou um bairro de pessoas negras ao filme “Planeta dos Macacos”.

Com reportagem Agência O Globo.

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