VIVT3 ou TIMS3: qual é a ação preferida dos analistas?

A perspectiva para ambas as ações é de valorização, afirmam os analistas. No entanto, o potencial de ganhos de VIVT3 é maior

Empresas citadas na reportagem:

A Vivo (VIVT3) reduziu os preços do seu plano pós-pago de entrada no mês de abril, deixando-os mais competitivos com os produtos da TIM Brasil (TIMS3). O movimento indica, na avaliação do JPMorgan, deterioração no cenário competitivo em telefonia móvel.

Ainda assim, a perspectiva para ambas as ações é de valorização, afirma um grupo maior de analistas. A proporção dos ganhos de VIVT3, no entanto, é maior.

Atualmente, a Vivo é líder de mercado, com aproximadamente 40% de participação em fevereiro de 2025 ante 33% da Claro e 23% da Tim, de acordo com dados compilados pela consultoria Teleco.

Com a redução nos preços do plano pós-pago, a Vivo quer abocanhar uma parcela dos clientes da TIM.

Os analistas do JPMorgan Marcelo Santos, Livea Mizobata e Jessica Mehler escrevem que a Telefônica Brasil, dona da Vivo, reduziu o preço do plano para R$ 120, com menor pacote de dados, após aumentá-lo para R$ 140 em fevereiro.

Vivo e TIM agora têm o mesmo preço no plano pós-pago de entrada, R$ 120 por mês, enquanto a Claro Brasil cobra mensalidade mais barata no segmento, R$ 110, destaca o JPMorgan.

TIMS3: melhor receita média por usuário

Nos últimos cinco anos, a TIM migrou com sucesso usuários pré-pagos para planos pós-pagos, impulsionando o crescimento das receitas por cliente, afirmam os analistas do Itaú BBA.

A empresa também conseguiu manter margens crescentes, aliadas a uma alocação estável de investimentos.

Como efeito, a empresa cresceu o seu fluxo de caixa livre. Isso levou a um retorno saudável para os acionistas, afirmam os analistas do BBA.

De olho nestes resultados, o time do Itaú BBA apontou a ação da TIM dentre um grupo de ações negociadas na B3 que ficaram com preços atraentes. Segundo o BBA, TIMS3 tem uma combinação de desempenho operacional consistente e expectativa de resultados animadores.

A TIM Brasil reportou, em fevereiro, lucro de R$ 1,05 bilhão no quarto trimestre de 2024, um incremento de 17,1% em relação ao mesmo período de 2023. Em linha com o esperado pelos analistas.

A empresa também divulgou novas projeções para o período de 2025 a 2027, que incluem o pagamento de até R$ 4,1 bilhões aos acionistas este ano.

Em paralelo, a empresa comunicou ainda que vai investir cerca de R$ 1 bilhão até outubro no estado de São Paulo para modernizar e ampliar sua cobertura 4G e 5G.

O investimento é uma ofensiva comercial que inclui ainda a abertura de 30 novas lojas. O montante a ser desembolsado representa pouco mais de um quarto do investimento total previsto para este ano, em torno de R$ 4,5 bilhões.

Segundo a empresa, a receita média por usuário (Arpu, na sigla em inglês) da TIM, métrica utilizada no setor como medida de desempenho, é de R$ 31,4. Representa um crescimento de 6% na base anual, de fevereiro 2025 ante o mesmo mês de 2024.

Segundo Alberto Griselli, CEO da TIM Brasil, a receita média por usuário da Tim é o maior para a indústria.

Em relatório, os analistas do Bank of America citam que o crescimento das receitas dos serviços pós-pagos e diminuição do pré-pago deve se manter ao longo de 2025, à medida em que a TIM consegue continuar com o “upsell” de clientes.

O BofA tem recomendação de compra para os papéis, com preço-alvo de R$ 22, potencial de valorizaçao de 20%.

Já a Genial Investimentos avalia que a TIM direciona esforços para aumentar a base de clientes e, principalmente, o Arpu, ‘haja visto que o crescimento desse indicador representa uma importante estratégia para crescimento de receitas’.

A Genial tem recomendação de compra para TIMS3, com preço alvo de R$21 e potencial de valorização de 19,86%.

TIMS3 encerrou o pregão de terça-feira (15) cotada a R$ 17,52.

Loja da TIM — Foto: Divulgalção/TIM

VIVT3: apetite para novas aquisições

A Vivo lucrou R$ 1,8 bilhão no quarto trimestre do ano passado, incremento de 10,1% na comparação com igual período de 2023.

Com baixa alavancagem financeira e R$ 6,7 bilhões em caixa ao fim de 2024, a Vivo está disposta a fazer novas aquisições.

Nos últimos três anos, a Telefônica Brasil, dona da Vivo, adquiriu duas empresas no segmento de tecnologia da informação e uma de serviços de saúde por um total estimado em até R$ 410 milhões.

A Telefônica terminou o ano passado com 7 milhões de clientes conectados à infraestrutura de fibra óptica, acréscimo de 12,7% ante o mesmo período de 2023.

Nas contas da empresa, o País tem aproximadamente 60 milhões de domicílios com poder aquisitivo de contratar fibra. A Vivo alcançou em 2024 o patamar de 29,1 milhões de domicílios cobertos (aqueles nos quais o serviço de banda larga fixa pode ser contratado).

A operadora não pensa em frear os investimentos em fibra óptica, uma vez que a convergência de serviços – fixos e móveis – é peça-chave na estratégia comercial da Vivo. Daí a opção pelas aquisições.

Vivo mira fusões e aquisições de empresas de serviços digitais, disse recentemente, em teleconferência, o diretor-presidente da Telefônica Brasil, Christian Gebara.

Veja na tabela avaliação de bancos e corretoras para a Vivo, tanto para a ADR VIV quanto para e ação VIVT3, que encerrou o pregão de terça-feira (15) cotada a R$ 25,46.

Instituição financeiraRecomendaçãoPreço-alvo VIVT3Preço-alvo VIV (ADR)
JPMorganManterR$ 52
BarclaysComprar$ 11,50
BBVAComprarR$ 60,50$ 11,10
BofaComprarR$ 66,00$ 12,00
Bradesco BBIComprarR$ 60,00
BTG PactualComprarR$ 62,00$ 11,40
CitiComprarR$ 59,00
Genial InvestimentosComprarR$ 63,00
Goldman SachsComprarR$ 53,50$ 9,40
HSBCComprarR$ 59,00$ 9,75
Itaú BBAComprarR$ 61,00$ 12,20
JefferiesManterR$ 43,00$ 8,80
Levante ComprarR$ 57,00
Morgan StanleyComprar$ 11,00
New Street ResearchComprarR$ 66,00
SafraComprarR$ 64,00
SantanderComprarR$ 63,00
ScotiabankManterR$ 53,00$9,20
UBSComprarR$ 63,00
XPComprarR$ 61,00

Fonte: Relatório de analistas que cobrem a Telefônica Brasil, com atualização até dia 2 de abril de 2025.

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