A queda do Twitter na internet e na Bolsa
Rede social que ficou fora do ar na manhã desta quinta (14) acumula queda de 44,7% no mercado financeiro em um ano em meio a briga com Elon Musk
Em meio a uma crise causada pela disputa do seu controle, o Twitter enfrentou sua pior instabilidade em vários anos na manhã desta quinta-feira (14). A rede social ficou fora do ar, na internet, para usuários de diversos países por cerca de 45 minutos.
De acordo com o site Downdetector, que monitora reclamações sobre serviços da internet, mais de 3 mil pessoas relataram a instabilidade da rede social no Brasil a partir das 9h. Nos Estados Unidos, mais de 50 mil pessoas também relataram problemas com o Twitter, principalmente para acessar a conta, segundo o Downdetector. Usuários do Reino Unido, México e Itália registraram que a rede social não estava funcionando por volta das 9h.
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Na Bolsa de Valores, o dia não começou bem para a rede social tampouco. Por volta das 10h45, a ação do Twitter (TWTR) caía 0,32%, a US$ 36,36, na Bolsa de tecnologia de Nova York. Na Bolsa brasileira B3, o movimento era diferente: o BDR do Twitter (TWTR34) subia 1%, a R$ 100 – os recibos de ações de empresas estrangeiras negociados no Brasil acompanham de perto a variação da cotação do dólar, que, nesta manhã, disparava 1,15%, vendido a R$ 5,4168.
Na quarta (15), tanto a ação na Nasdaq quanto o BDR tiveram alta de cerca de 7%, mas, em 12 meses, a perda acumulada é de 44,7%.
As ações do Twitter estão sofrendo por causa das incertezas que rondam o futuro da rede social depois de Elon Musk, o homem mais rico do mundo, desistir de comprá-la.
Musk, que deve a maior parte de sua fortuna à criação da montadora de carros elétricos Tesla, disse na sexta-feira (8) que pretende rasgar o contrato que assinou para comprar o Twitter, atribuindo a decisão a três infrações do acordo de fusão da parte da plataforma de redes sociais. Musk argumenta que o Twitter não forneceu informações suficientes para provar que o percentual de contas falsas e de “spam” (postagem de publicidade em massa) em sua plataforma é de menos de 5%, como estima há muito tempo. Os documentos encaminhados alegavam que o número verdadeiro pode, na verdade, ser “muito superior”. Também acusou o Twitter de ter descumprido sua obrigação de “manter sua empresa no curso normal”, ao demitir vários funcionários graduados após a formalização do acordo.
Em resposta, o Twitter prometeu obrigar o impulsivo bilionário a cumprir as cláusulas originais do acordo, inclusive pagando o preço proposto de US$ 54,20 por ação. Como alternativa, pode cobrar de Musk uma multa por quebra de contrato maior que a de US$ 1 bilhão já pactuada.
A briga pode demorar muito para ser resolvida e trazer à rede social prejuízos além dos financeiros.
Depois de demissões em massa e medidas de cortes de custos nas últimas semanas, os funcionários que ficaram estão desanimados devido à insegurança sobre seus empregos e à divisão de opiniões em relação às vantagens e desvantagens de ter Musk como controlador.