Moody’s piora perspectiva da nota da JBS (JBSS3) para negativa
Relação entre dívida e resultado operacional da companhia quase dobrou entre o fim de 2022 e junho passado
A Moody’s reduziu nesta quinta-feira (19) a perspectiva para a nota de crédito da JBS (JBSS3), de estável para negativa.
A nota que a agência atribui à empresa de alimentos é Baa3, mais baixa dentro da faixa considerada de baixo risco de crédito.
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“A mudança reflete o desempenho financeiro mais fraco do que o esperado na JBS USA nos últimos três trimestres, e em outros segmentos relevantes, como Pilgrim’s Pride e Seara, que juntos representam cerca de 65% do Ebitda total no primeiro semestre”, disse a Moody’s.
O Ebitda é a sigla em inglês para lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização.
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O enfraquecimento do fluxo de caixa operacional da JBS elevou a relação dívida total/Ebitda, de 2,5 vezes no fim do ano passado para para 4,8 vezes em junho último.
“Embora já existam indicações de uma recuperação nos negócios de aves e suínos dos EUA, provavelmente levará mais tempo para a JBS atingir métricas proporcionais a uma classificação Baa3”, acrescentou a Moody’s.
Perspectivas
A agência afirmou que a expectativa de fracos fundamentos do mercado de carne bovina dos EUA e um ambiente muito competitivo na indústria de proteínas dos EUA e do Brasil, continuarão a pesar sobre os lucros da JBS até 2024.
Porém, a JBS tem liquidez para cumprir com obrigações financeiras, tendo cerca de US$ 2,8 bilhões em dinheiro em junho, segundo o relatório.
A Moody’s pontuou ainda que a empresa vem tomando medidas para melhorar a lucratividade em 2024.
Mas serão necessários ajustes na estrutura de capital para que a empresa proteja suas métricas de crédito.
Por fim, a avaliadora de risco considerou que as supostas ligações entre a pecuária no Brasil e o desmatamento da Amazônia pesam no rating da JBS, assim como preocupações com a governança devido à sua estrutura acionária concentrada.