Classe média no Minha Casa, Minha Vida: boa notícia para ações de construtoras e para quem busca financiamento imobiliário

A criação oficial de uma nova faixa no programa habitacional Minha Casa, Minha Vida que abarca famílias com renda de até R$ 12 mil por mês deve beneficiar os resultados de todas as empresas expostas a ele, diz o Bradesco BBI.

Os analistas liderados por Bruno Mendonça escrevem que o efeito inicial do anúncio deve ser uma aceleração na velocidade sobre vendas e, gradativamente, preços de venda mais altos.

“As famílias que agora se qualificam para o Grupo 4 vêm sofrendo com o aumento das taxas de financiamento imobiliário, portanto, devemos observar uma forte demanda devido às taxas de financiamento mais baixas”, comentam.

O banco destaca que o próximo passo é acompanhar a recorrência do financiamento de R$ 30 bilhões para a nova faixa já que os recursos do FGTS serão limitados a apenas 50% do valor financiado.

XP vê Cury e Direcional entre as ações mais beneficiadas

Os termos aprovados pelo conselho curador do FGTS para a nova faixa do programa habitacional Minha Casa Minha Vida não trazem diferenças significativas sobre o que vinha sendo discutido pelo mercado, diz a XP.

Os analistas Ygor Altero e Ruan Argenton escrevem que Cury e a Direcional são as mais beneficiadas pela expansão da Faixa 3 e pela criação do Faixa 4, especialmente agora com um limite mais claro para unidades usadas no novo grupo.

“Também acreditamos que a Tenda deve ser a mais beneficiada pelo aumento dos preços máximos para cidades com menos de 100 mil habitantes, devido às suas operações em cidades menores com a Alea”, comentam.

A corretora destaca que os limites para as Faixas 1, 2 e 3 foram elevados pelo conselho, assim como as condições de financiamento, além de terem discutido e aprovado as condições operacionais para a nova Faixa 4.

Crédito imobiliário mais fácil

A aprovação da nova faixa de cobertura do programa Minha Casa, Minha Vida pelo conselho curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é uma boa notícia para as construtoras, avalia o JPMorgan.

Em relatório, os analistas liderados por Marcelo Motta destacam que as construtoras voltadas para o segmento de menor renda deverão ser as maiores beneficiadas pela expansão do programa.

“Vemos a confirmação como positiva para as construtoras sob nossa cobertura, especialmente as voltadas para baixa renda, pois as melhorias ampliam o mercado endereçável das empresas e melhoram a acessibilidade ao crédito imobiliário, o que deve resultar em maior velocidade de vendas e margens mais altas”, comentam.

Na avaliação do JPMorgan, a novidade deve resultar em um aumento significativo da exposição de construtoras com Cury, Direcional e MRV ao MCMV. A Tenda já conta com 100% do seu portfólio dentro dos limites do programa. Para a Cyrela e para a EZTec, o banco vê uma oportunidade de expansão no segmento de renda média.

Com informações do Valor Econômico