Balanços dos bancos: o que esperar dos resultados do Santander (SANB11) e do Itaú (ITUB4) no 4º trimestre?

Veja as expectativas de analistas para lucro e rentabilidade de todo o setor financeiro, assim como o que esperar para 2025

Empresas citadas na reportagem:

Gigantes financeiros darão partida na safra de divulgação de balanços de bancos do quarto trimestre de 2024. Os resultados devem mexer com o mercado. Assim, Santander Brasil (SANB11) e Itaú Unibanco (ITUB4), na quarta-feira, 5, (o primeiro pela manhã, o segundo à noite) abrem a temporada.

Depois, banco Inter (INBR32) revela seus números na quinta (6). Os dados do Bradesco (BBDC4) serão conhecidos na manhã de sexta (7), quando também virão os resultados do Banco Pan (BPAN4).

De forma geral, os analistas esperam que os balanços já apontem desaceleração das carteiras de crédito, após aumentos da Selic a partir de setembro. “O apetite por risco está diminuindo gradualmente, especialmente em empréstimos sem garantia, à medida que as taxas de juros aumentam novamente”, apontaram analistas da XP para os bancos.

Ademais, os investidores vão conferir previsões de desempenho para o ano corrente, que normalmente os bancos divulgam juntamente com os dados do quarto trimestre.

Balanços de bancos do 4º tri/2024: confira prévias e calendário

Então, confira na tabela abaixo a previsão de analistas, assim como o calendário completo para os balanços de bancos no quarto trimestre de 2024.

Ela também inclui as estimativas para instituições menores, assim como para empresas financeiras não bancárias, com a comparação de igual período de 2023.

Em seguida, veja uma análise com detalhes para o que esperar de Santander, Itaú e Bradesco.

EmpresaData de divulgaçãoROE (retorno s/ patrimônio líquido) 4º T/24Lucro recorrente 4º T/24
(Previsão)
Lucro 3º T/23
Santander Brasil (SANB11)5/2 (manhã)17%3,75 bi2,2 bi
Itaú Unibanco
(ITUB4)
5/2 (noite)22,9%10,93 bi9,4 bi
Inter
(INBR32)
6/2 (manhã)12,4%286 mi160 mi
Banco Pan
(BPAN4)
7/2 (manhã)11,4%256 mi195 mi
Bradesco
(BBDC4)
7/2 (manhã)12,8%5,34 bi2,878 bi
BTG Pactual
(BPAC11)
10/2 (manhã)24,5%3,4 bi2,85 bi
ABC Brasil
(ABCB4)
11/2 (manhã)16,3%265 mi231 mi
Banrisul
(BRSR6)
11/2 (noite)10,1%255 mi304 mi
Porto Seguro
(PSSA3)
14/2 (noite)19,8%730 mi649 mi
BB Seguridade
(BBSE3)
17/2 (noite)2,14 bi2,06 bi
XP
(XPBR31)
18/2 (noite)22%1,2 bi1,04 bi
Banco do Brasil
(BBAS3)
19/2 (noite)21%9,23 bi9,44 bi
Caixa Seguridade
(CXSE3)
20/2 (noite)33,7%1,01 bi923 mi
B3
(B3SA3)
20/2 (noite)67,2%1,16 bi916 mi
Nubank*
(ROXO34)
20/2 (noite)29%557 mi316 mi
PagSeguro
(PAGS34)
20/2 (noite)38,4%563 mi488 mi
Stone
(STOC31)
Sem data prevista58,1%582 mi656 mi
Fonte: Bancos e corretoras. Lucro recorrente em R$, exceto Nubank, que está em US$

O que esperar do Santander (SANB11) no 4º tri de 2024

Crescimento saudável do crédito, inadimplência sob controle e expansão gradual da rentabilidade. A expectativa média é de que o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), que mede como um banco remunera o capital dos acionistas, atinja 17%, reaproximando-se dos níveis de Itaú e BB.

Esse deve ser o eixo dos resultados do Santander do quarto trimestre de 2024, segundo a XP.

Em outra frente, o aumento da Selic deve impactar a margem financeira de mercado, com uma compensação parcial da maior margem financeira de clientes.

Sobretudo, para o futuro os investidores querem sinalizações dos executivos sobre o apetite por crédito mais adiante. Isso porque o Santander foi o que mostrou uma postura mais conservadora em 2024, antes mesmo de o Banco Central subir os juros.

Itaú (ITUB4): todos os olhos no dividendo extraordinário

Os analistas contam com mais uma safra de crescimento de crédito e receitas com serviços, com controle da qualidade da carteira. Na verdade, as atenções são todas para o tamanho do dividendo extraordinário referente a 2024, que o presidente-executivo, Milton Maluhy Filho, prometeu.

Nesse sentido, a XP calculou a remuneração extra dos acionistas em R$ 15 bilhões. Enquanto isso, a previsão dos analistas do BTG Pactual é de que o Itaú anuncie dividendo extra de R$ 13 bilhões.

Desaceleração econômica atrasa retomada do Bradesco (BBDC4)

Para o Bradesco, a economia brasileira em desaceleração deve atrasar um pouco o processo de recuperação das margens e da rentabilidade, segundo o BTG.

Por outro lado, a instituição com sede na Cidade de Deus, em Osasco, deve ter queda nas provisões para perdas com calotes, além de resultados saudáveis em seguros.

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