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Ações em alta: Azul (AZUL4) dispara 14% e mercado vê boa chance de retomada; Hypera (HYPE3) volta a despencar
A lista de ações em alta da bolsa de valores hoje é liderada pela Azul, que subiu 14%. Assim, a aérea transforma as movimentações quanto ao acordo com seus credores em recuperação de suas ações.
Mas o caminho ainda é longo para uma retomada. A empresa vinha despencando aceleradamente na bolsa ao longo de 2024, com perdas de 60% no ano. Ainda assim, há um otimismo no mercado com relação às ações da Azul.
Ações em alta nesta segunda-feira (28)
Empresa | Ativo | Última cotação (R$) | Variação no fechamento (%) |
Azul | AZUL4 | 6,11 | 13,99 |
IRB | IRBR3 | 44,16 | 6,8 |
BRF | BRFS3 | 25,56 | 4,71 |
JBS | JBSS3 | 36,07 | 4,19 |
Grupo Ultra | UGPA3 | 20,93 | 4,13 |
Magazine Luiz | MGLU3 | 9,47 | 3,72 |
Braskem | BRKM5 | 17,94 | 3,52 |
Rumo | RAIL3 | 19,8 | 3,02 |
Rede D’or | RDOR3 | 29,96 | 2,88 |
CVC | CVCB3 | 2,14 | 2,88 |
Otimismo é justificado?
A alta de dois dígitos das ações da Azul no pregão desta segunda é resultado de um “otimismo justificado”. A avaliação é de Robert Machado, analista da CM Capital.
“O acordo trará um grande alívio para o fluxo de caixa corrente oxigenando e melhorando a capacidade de pagamento no curto prazo”, avalia.
Qual foi o acordo?
A Azul anunciou nesta segunda-feira (28) acordos com seus atuais detentores de títulos de dívida de até US$500 milhões em recursos adicionais.
“Esse acordo fortalece consideravelmente a liquidez e a posição financeira da Azul”, disse a empresa.
Além disso, a companhia “e cristaliza o acordo previamente anunciado com arrendadores e fabricantes de equipamentos originais (OEMs) para eliminar as obrigações de equity em troca de 100 milhões ações preferenciais AZUL4”, acrescentou a Azul em comunicado.
O que chamo a atenção do mercado no acordo da AZUL4?
O Santander viu os termos do acordo como “positivos para a Azul”. Assim, o banco entende que haverá um “alívio no fluxo de caixa”, enquanto a diluição patrimonial aconteceu a um valoe “acima do preço de tela”.
Se o dólar perder força, a perspectiva passa a ser ainda mais positiva à Azul, “ao aliviar mais a pressã osobre a margem operacional, impactando positivamente o resultado”, defende Hayson Silva, analista da Nova Futura.
O analista entende que a Azul foi “bem-sucedida” na iniciativa e destacou a “captação de recursos usando a Azul Cargo como garantia e acesso a crédito via Fnac (Fundo Nacional da Aviação Civil).
O Fnac é uma medida do Ministério de Portos e Aeroportos, aprovada no Congresso em agosto, que prevê R$ 5 bilhões em crédito para companhias aéreas.
Com essas medidas, Silva diz que espera que a Azul melhore sua estrutura de capital e liquidez, podendo reduzir a alavancagem.
Ações da Azul podem reverter queda de 60% no ano?
A Azul segue registrando resultados frustrantes em 2024. As ações perderam cerca de 60% do seu valor de mercado desde janeiro.
“No curto prazo o incêndio foi apagado, agora é trabalhar para a retomada da empresa ser de fato perene”, diz Alves.
Nesse sentido, “só o acordo não será capaz de reverter tamanha desvalorização dos ativos no ano”, avalia Machado, da CM.
O analista diz que os investidores esperam que a Azul melhore sua eficiência operacional, reduza custos e assim, aumente a margem líquida.
“Todos estes dados deveram ser ratificados nos próximos balanços, para que o investidor tenha evidências e volte a comprar ações da companhia”, acrescenta.
Ele diz ainda que “faltam evidências clara do posicionamento da empresa frente aos desafios que vem enfrentando. Tecnicamente, o viés para o ativo ainda é baixista”.
‘Caixa é rei’
O fôlego extra para a companhia era fundamental para o respiro no fluxo de caixa. “Vale lembrar que caixa é rei”, destaca Idean Alves, planejador financeiro e especialista em mercado de capitais.
“Empresas não vão a falência por falta de patrimônio, mas por falta de caixa, e o grande temor do mercado era que a empresa caminhasse para o Chapter 11”, acrescenta Alves.
De queridinha a candidata a Chapter 11
Alves lembra que, antes da pandemia, a Azul era uma das queridinhas do mercado. Os papéis da companhia chegaram a bater R$ 61, dez vezes mais que o valor atual.
Nesse ambiente, “a deterioração financeira” foi “imposta a todas as companhias áreas no mundo”, segundo Alves.
Embora reconheça que o caminho da retomada não seja simples, o especialista diz que “dentre as empresas do setor, a Azul é a que tem a gestão mais preparada para a missão”.
Preço-alvo para as ações da Azul
Os analistas do Bradesco BBI mantiveram a recomendação de compra para as ações da Azul. Nesse sentido, o preço-alvo é de R$ 20,00 contra os R$ 6,11 do fechamento desta segunda-feira.
Da mesma maneira, o BTG manteve avaliação. Contudo, o banco tem recomendação neutra, com alvo em R$ 17,00.
A Nova Futura prevê os papéis alcançando R$ 9.
Já a CM tem preço-alvo em R$ 9,20.
Perdas: Hypera volta a despencar
Por outro lado, entre os destaques negativos dessa segunda-feira, a maior queda do dia vai para Hypera, com recuo de mais de 8%.
A empresa vem desidratando aceleradamente na bolsa.
Isso acontece em meio a proposta de compra da SEM, classificado como “hostil” por Alves.
Nesse sentido, a novela ganhou um novo capítulo com a possível compra de mais ações da companhia por parte do controlador, João Alvez de Queiroz Filho, o Junior.
Assim, o controlador chegaria a um total de 50% das ações, informação ainda não confirmada. Contudo, a mera especulação no mercado financeira já significa mudanças de fato. E isso tudo ajudou a empurrar a Hypera para baixo mais uma vez.
Ações em queda
Empresa | Ativo | Última cotação (R$) | Variação no fechamento (%) |
Hypera | HYPE3 | 23,92 | -8,7 |
Prio | PRIO3 | 40,95 | -1,68 |
Brava Energia | BRAV3 | 16,8 | -1,35 |
Embraer | EMBR3 | 48,94 | -1,25 |
Pão de Açúcar | PCAR3 | 3,14 | -0,95 |
Por fim, os rankings contêm apenas ações do Ibovespa. As cotações foram apuradas entre as 17h32 e as 17h36.
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