Ação do Carrefour (CRFB3) supera R$ 8,50 e mercado vê espaço para nova proposta

Movimento de alta vem após a Península decidir vender sua posição no mercado e sair do ativo no país, o que teria levado a uma demanda maior pelo papel

Empresas citadas na reportagem:

As ações do Carrefour Brasil (CRFB3) ultrapassaram os R$ 8,50 no pregão desta quarta-feira, chegando a R$ 8,53, acima do patamar de preço por papel oferecido pelos controladores da empresa, o Carrefour França, no processo de deslistagem (OPA) da empresa brasileira na B3.

Na prática, o mercado já vinha, aos poucos, mais próximo dessa cotação desde o dia 4 de abril, depois que a companhia anunciou uma melhora na condição de compra do papel no mercado.

Segundo o Valor apurou entre gestores locais, cresceu a expectativa no mercado de que a empresa melhore o atual preço por papel oferecido, depois que a Península decidiu vender sua posição no mercado e sair do ativo no país, o que teria levado a uma demanda maior pelo papel.

CRFB3 em alta

Com a cotação perto dos R$ 8,50, passa a ser interessante já vender o papel, sem precisar a aguardar toda a transação da deslistagem, anunciada em fevereiro, o que joga a pressão sobre os controladores, diz um investidor sem papel de Carrefour na carteira.

Nos últimos dez dias, a ação ordinária superou com folga os R$ 8,20 e fechou no dia 10 a R$ 8,30. No começo de abril, após pressão de minoritários, de fundos de investimentos do Canadá e EUA, e de consultorias de aconselhamento de votos, a companhia elevou sua oferta por ação, passando de R$ 7,70 por ação para R$ 8,50.

Acionistas criticam o valor oferecido e o momento da oferta, que está sendo apresentada num período em que a empresa pode passar a registrar números melhores.

Na segunda-feira, a Península, empresa de investimentos da família Diniz, informou a venda de sua posição de 4,9% na varejista no país, dentro da ideia de buscar liquidez com seus papéis numa cotação já considerada satisfatória, o que fez aumentar o volume de ações em circulação.

Na prática, a Península conseguiu fazer o que queria já há meses, que era vender a posição em Brasil e sair do negócio, plano que o Valor antecipou em janeiro.

Não é possível saber quem entrou no papel ou aumentou posição com a venda pela Península, mas ao mesmo tempo que os novos donos das ações podem ser a favor da deslistagem, também pode ter crescido a base de acionistas que rejeitam a proposta dos franceses. E isso poderia levar o Carrefour a mexer de novo das condições.

Para derrubar a proposta apresentada, os acionistas precisam de mais da metade das ações em circulação (“free float”) da rede na bolsa.

*Com informações do Valor Econômico

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