7 ações que renderam mais de 300% nos últimos 5 anos; e o que esperar delas daqui para frente

Com peso na bolsa de valores, conheça sete ações que se valorizaram muito nos últimos 5 anos e saiba o que elas têm em comum

Confira as sete ações que mais se valorizaram nos últimos 5 anos e o que elas têm em comum. Foto: Brendan McDermid/Reuters
Confira as sete ações que mais se valorizaram nos últimos 5 anos e o que elas têm em comum. Foto: Brendan McDermid/Reuters

Na bolsa de valores, muitas ações são conhecidas por terem alta volatilidade que desenham uma espécie de gangorra. Ou seja, sobem em um dia e sofrem com realização em pregões seguintes. Algumas ações, contudo, acumulam altas expressivas no longo prazo. A Inteligência Financeira separou sete ações que nos últimos 5 anos tiveram uma valorização acima de 300%, segundo o Estadão Broadcast.

No mesmo período, o Ibovespa registrou rentabilidade de 40,48%. Vale lembrar também que o resultado excepcional das ações no período não garante que os papéis vão entregar bons retornos no futuro.

Receba no seu e-mail a Calculadora de Aposentadoria 1-3-6-9® e descubra quanto você precisa juntar para se aposentar sem depender do INSS

Com a inscrição você concorda com os Termos de Uso e Política de Privacidade e passa a receber nossas newsletters gratuitamente

A lista considera dois critérios: somente ações que fazem peso no dia a dia da bolsa de valores, com liquidez acima de R$ 1 milhão por pregão. Além disso, selecionamos papéis de segmentos diferentes, para não repetir o tema. Entre as ações que mais se valorizaram nos últimos 5 anos, temos Prio (PRIO3), Kepler Weber (KEPL3) e Irani (RANI3).

Ações com alta de 300% em 5 anos: o que elas têm em comum?

Mesmo que atuem em setores diferentes, as empresas cujas ações renderam mais de 300% tem algo em comum: consistência. Esta é a avaliação de especialistas ouvidos pela Inteligência Financeira sobre os papéis.

Últimas em Ações

“O que elas tem em comum: estão posicionadas em setores importantes para economia brasileira, direta ou indiretamente”, afirma Heitor Martins, estrategista de investimento da Nexgen.

As ações que se valorizaram muito nos últimos cinco anos são de empresas que “vem melhorando seus indicadores operacionais, diz Martins. Por isso, elas vem apresentando “um sucesso cada vez maior nos segmentos em que atuam”, prossegue.

Para Victor Martins, analista-chefe da Planner Corretora, as sete ações estão no atual patamar de valorização “porque merecem”. O motivo é principalmente “a entrega consistente de resultados financeiros atraentes” a investidores.

Mas chega de mistério: afinal, quais são as sete ações que se valorizaram muito nos últimos 5 anos?

Prio (PRIO3) teve grande valorização nos últimos 5 anos

O papel ordinário da Prio (PRIO3) lidera a lista de ações que mais se valorizaram nos últimos 5 anos, segundo nosso critério. O papel acumulou alta de 2.282,47% no período, segundo números da plataforma Estadão Broadcast.

A Prio hoje está avaliada em R$ 41,8 bilhões na bolsa de valores. O analista da Oriz Partners, Luis Azevedo, destaca que antes de atingir um valuation bilionário, a empresa “partiu de uma operação pequena”. A companhia deu um salto: em 2018, produzia em média 8,6 mil barris de petróleo por dia. No último resultado trimestral, a Prio divulgou uma produção média diária acima de 100 mil barris.

É essa magnitude de aumento de produção que explica a maior valorização da bolsa nos últimos 5 anos, diz Azevedo.

“A Prio (PRIO3) foi levantando mais capital para continuar com seu plano e aquisições. A empresa foi adquirindo poços de petróleo já maduros, e investiu na capacidade de amadurecer outros ativos. O mercado foi gostando e, assim, a Prio foi conseguindo levantar mais capital”, diz Azevedo.

Kepler Weber (KEPL3) subiu 600%; entenda o porquê

A segunda ação que mais se valorizou na bolsa de valores desde 2018 é a ordinária da Kepler Weber (KEPL3). A empresa atua no segmento de agronegócio, construindo maquinário e silos de armazenamento para produtores rurais.

A ação da Kepler Weber se valorizou 607,84% nos últimos 5 anos. Na bolsa de valores, o market cap da companhia do agro é de R$ 2 bilhões. Quanto à sua operação, em 2018 a Kepler Weber registrou lucro líquido de R$ 4,1 milhões no terceiro trimestre. Nos últimos 3 meses, o faturamento líquido foi de R$ 151 milhões.

A tese por trás da alta de Kepler Weber ON (KEPL3) envolve uma expansão do agronegócio na bolsa. O setor vem aumentando a participação no PIB do Brasil, e é esperado que produtores rurais busquem mais recursos no mercado de capital, afirma Heitor Martins.

As ações de empresas do agro, portanto, podem ocupar um peso cada vez maior nos índices da bolsa.

“Produtores rurais estão se profissionalizando ainda mais, investindo em logística e armazenagem. Por ser uma fornecedora de maquinário do agronegócio, a Kepler Weber aproveitou o vento favorável nos últimos cinco anos”, diz o analista da Nexgen.

BTG (BPAC11) está entre ações que mais se valorizaram

As ações unitárias do BTG Pactual (BPAC11) saltaram 585,22% desde 2018, sendo a terceira ação que mais se valorizou na bolsa de valores nos últimos 5 anos.

Hoje, o BTG está avaliado em R$ 153 bilhões em valor de mercado. É o terceiro maior market cap entre instituições financeiras privadas no mercado, atrás de Itaú e Bradesco.

E como o banco atingiu um retorno tão grande em 5 anos? Bruna Sena, analista da Nova Futura, explica:

“Nos últimos anos, BTG Pactual se figurou como o maior banco de investimentos da América Latina. Está bem-posicionado em seu setor, possui diversificação de negócios e está crescendo sua participação no âmbito digital, o que vem agregando valor ao valuation do banco.”

Ainda segundo Sena, o BTG possui um “histórico de crescimento” que chama atenção dos acionistas. Além disso, o banco de André Esteves “chama a atenção pela diversificação de seus negócios e expansão forte” de receitas e lucros. Esta é a avaliação da analista.

Em números, o ROE (Retorno sobre equity, na sigla em inglês) do BTG saiu de 14,3% para 23,2% entre 2018 a 2023.

Ações valorizadas: Simpar (SIMH3) na lista

A holding de frotas de carros e caminhões e logística Simpar (SIMH3) integra a lista dos papéis com maior alta em 5 anos. Neste período, a ação ON da Simpar subiu 443,42%, a um valor de mercado de R$ 7 bilhões.

A Simpar é a única holding que integra a lista. A empresa tem em seu portfólio outras três companhias de capital aberto: JSL (JSLL3), Vamos (VAMO3) e Movida (MOVI3).

Na visão de Luis Azevedo, da Oriz Partners, a Simpar “faz um destravamento de valor” em empresas. Graças à criação de Vamos, Movida e JSL, as ações da holding dispararam na bolsa porque ela soube “identificar oportunidades e criar players que tem relevância”. Movida e Vamos atuam no aluguel de automóveis enquanto a JSL tem sua própria frota rodoviária.

No entanto, apesar de ação ter o chamado “desconto de holding”, é difícil precificar o real valor da Simpar. Isso porque ela possui empresas que não foram listadas, como a Automob, rede de concessionária de carros.

A ação pode subir mais segundo Azevedo, considerando que os segmentos de Vamos e Movida sofrem com juros altos. “Por conta de alavancagem financeira, Vamos e Movida sofreram com juros altos. Com um eventual corte da Selic, existe um ‘vento de cauda’ da atividade econômica que pode levar ao crescimento das empresas”, conclui o analista.

Copel PN (CPLE6); com privatização para trás, ainda vale a pena?

A Copel é a empresa de energia elétrica cujas ações mais se valorizaram na bolsa. O papel PN classe B (CPLE6) da companhia subiu 361,35% em 5 anos. Especialistas apontam que essa valorização foi, em grande medida, devido à privatização da empresa. A companhia lançou uma oferta de R$ 5 bi em ações em agosto, com o governo do Paraná vendendo sua fatia e deixando de ser acionista de referência.

De acordo com Bruna Sena, no entanto, ainda há espaço para apostar em alta da Copel. “Não vejo que é o momento para sair da companhia. A Copel segue em tendência de alta no longo prazo, e não vejo sinal de reversão dessa tendência, porque é uma companhia que entrega resultados consistentes e espera-se um ganho de eficiência após a privatização”, afirma.

Quem faz coro à analista da Nova Futura é Victor Martins, da Planner. Ele destaca que, com a privatização, é esperado que a liquidez da ação ON (CPLE3) aumente na bolsa.

O conselho de administração da Copel convocou uma assembleia para votar a proposta de extinção da ação unitária (CPLE11). Caso a medida seja aprovada, cada ação será desfeita em um papel ordinário e quatro preferenciais.

“Minha ideia de preço é que, no curto prazo, o papel (CPLE6) pode buscar de R$ 10 a R$ 12 em 12 meses”, diz Martins. Ainda de acordo com o analista-chefe, o investidor pode surfar a alta no plano de desinvestimento da Copel após a privatização.

RANI3 está entre ações com alta valorização

Irani (RANI3) teve um voo de foguete após passar por dificuldades e fazer um “re-IPO” na bolsa de valores. O resultado: a ação subiu 349,79% em 5 anos. O valor de mercado atual da empresa de embalagens é de R$ 2 bilhões.

O processo de relançamento de oferta pública na bolsa de valores é um dos fatores que explica a alta do papel, comenta Ruy Hungria, analista da Empiricus Research. O movimento elevou a liquidez da ação (RANI3) de um volume médio diário de R$ 100 mil para R$ 10 milhões. “E isso ajudou a trazer investidores maiores”, explica Hungria.

“Além disso, a falta de oferta de papelão ondulado na época da pandemia trouxe um desequilíbrio para a cadeia e possibilitou aumento de preços e ganho de margens da Irani”, prossegue.

A Irani saiu de um lucro líquido de R$ 22 milhões no terceiro trimestre de 2018 para faturar R$ 64,3 mi no mesmo período deste ano.

Mills ON (MILL3) fecha lista

A fabricante de equipamentos industriais Mills fecha a lista das sete ações. O papel cresceu 304,93% nos últimos cinco anos. A companhia é avaliada em R$ 2,9 bilhões

Segundo Marco Saravalle, sócio da Sara Invest, a valorização da Mills na bolsa é graças à fusão com a argentina Solaris em 2019, do mesmo segmento.

Além da incorporação, a Mills começou a buscar segmentos que aumentassem sua rentabilidade, diz Saravalle. Isso porque alguns setores onde a fabricante atua “são bem sensíveis a investimentos, como infraestrutura, ou bem voláteis”, diz o analista. Mas lógico que a companhia conseguiu aproveitar mais esse mercado com seus concorrentes fragilizados, sobretudo durante o período da pandemia, mas a companhia conseguiu surfar a aonda.

Mais recentemente, Mills acertou no alvo do mercado ao entrar no ramo de maquinário pesado, chamado de “linha amarela”. São equipamentos como retroescavadeiras e rolos compressores, por exemplo.

“A companhia conseguiu entrar nesse mercado disputado. E tem um espaço gigante para crescer na área de pesados, o que por sua vez traz maior crescimento em potencial”, conclui Saravalle. Em 5 anos, a Mills reverteu um prejuízo de R$ 36,2 milhões em lucro de R$ 66,7 milhões.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


Últimas notícias

VER MAIS NOTÍCIAS