Ações da Gerdau caem após corte nas recomendações de Goldman Sachs e J.P. Morgan
Bancos rebaixaram recomendação de compra para neutra e cortaram preços-alvos para o papel
Goldman Sachs e J.P. Morgan rebaixaram suas recomendações para as ações da Gerdau (GGBR4). As duas casas tinham recomendação de compra e agora colocam o selo de neutralidade para o papel. Os preços-alvos também foram rebaixados.
Com isso, as ações da siderúrgica têm forte queda de 5,91% no pregão desta quinta-feira, cotadas a R$ 29,3. Metalúrgica Gerdau (GOAU4) caía 6,05%.
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Goldman Sachs
O banco cortou seu preço-alvo de R$ 38 para R$ 31, afirmando que o enfraquecimento da lucratividade em seus principais mercados nos Estados Unidos e Brasil, juntamente com o aumento do investimento, limitará a capacidade da empresa de devolver dinheiro aos acionistas.
Os analistas escrevem que continuam a reconhecer os interessantes condutores de valor de longo prazo da empresa, como diversificação regional, qualidade de ativos e forte posição do balanço, mas veem potencial de alta limitado a partir daqui. Segundo eles, o corte no preço-alvo reflete a expectativa de maior investimento e um ponto de partida mais baixo para margens na América do Norte.
Para os analistas, a relação entre risco e recompensa está agora mais equilibrada, na medida em que veem alta limitada nos preços de referência do aço doméstico. Além disso, os preços realizados de aços longos da Gerdau no Brasil são historicamente negociados a um prêmio de 15% em relação à referência Platts, mas os analistas veem riscos de que esses prêmios podem não ser sustentáveis nos níveis atuais.
Eles afirmam reconhecer o avanço forte de aços longos nos Estados Unidos, e as margens devem permanecer em níveis acima do histórico, mas os spreads de metal estão sob pressão e as margens devem diminuir lentamente em relação aos picos observados no ano passado.
Por fim, os investimentos da Gerdau devem aumentar significativamente nos próximos anos impulsionados por um maior investimento de manutenção e uma reforma em um grande alto-forno em sua principal fábrica no Brasil, Ouro Branco, o que deve limitar a distribuição de dividendos.
J.P. Morgan
O J.P. Morgan cortou o preço-alvo de Gerdau de R$ 37 para R$ 32,50, com potencial de alta de 4,2% sobre os fechamentos de ontem.
Os analistas Rodolfo Angele e Lucas Yang escrevem que as ações da Gerdau acumulam valorização de 35% desde suas últimas mínimas, superando os fundamentos do setor.
“Acreditamos que pontos de entrada melhores nesses papéis vão acontecer com a reabertura da China se tornando um gatilho mais relevante para as commodities”, apontam, se referindo também à ação da Vale.
O banco acredita que os resultados da Gerdau devem se estabilizar em patamares elevados neste ano, após se sustentar nos últimos anos. Os múltiplos também estão esticados, a 4,8 vezes o Ebitda, acima da média histórica.
“Acreditamos que há pouco potencial nos preços atuais e com a deterioração nos resultados as cotações devem ir junto”, comentam. Maiores investimentos devem pressionar o fluxo de caixa da siderúrgica.
O banco também cortou a recomendação de Metalúrgica Gerdau de compra para neutro e o preço-alvo de R$ 15 para R$ 14, valor 5,73% menor que o fechamento de ontem dos papéis da holding da Gerdau.