Não pagar a fatura do cartão ou pagar parcialmente pode complicar sua vida, como você já deve saber. Os juros chegam a mais de 350% ao ano, um dos mais altos do mundo. Segundo a economista Dirlene Silva, isso significa que se você deixar de quitar R$ 1.000 em compras, em 12 meses este valor se transforma facilmente em R$ 4.500. Ou seja: mais de 4,5 vezes do valor originalmente devido.
Evite o crédito rotativo
Apesar da recomendação de usar o cartão de forma consciente para evitar o crédito rotativo, nem sempre isso é possível. Dados do Banco Central mostram que, em novembro, 19,13% dos clientes que usaram o rotativo estavam com os pagamentos atrasados entre 15 e 90 dias. No mesmo período em 2020, o percentual estava em 9%. O índice de atrasos só não é pior do que o registrado em maio de 2015, quando 19,18% dos clientes estavam atrasados.
Uma das possíveis causas para o endividamento é o fim do pagamento do auxílio emergencial de R$ 600, então, em vigor em 2020. Com a instabilidade econômica e sem melhora de renda, o atraso dos pagamentos se abateu sobre muitas famílias.
“Desde que a pandemia começou, assistimos a inúmeras situações que levam ao endividamento, como perda de renda, desemprego, morte ou adoecimento de um familiar, divórcios. A falta de planejamento financeiro está longe de ser o principal vilão do endividamento”, observa Paula.
Entre a população de baixa renda, as modalidades de cartão de crédito à vista e de cartão de crédito parcelado e rotativo somam os maiores volumes do crédito total usado em 2021, de acordo com cenário agregado observado no Relatório de Cidadania Financeira.
Cuidado com o pagamento mínimo
O pagamento mínimo do cartão de crédito pode ser uma boa saída, mas, se usado de forma errada, se torna uma armadilha. O ideal é controlar os gastos, não tem outra alternativa. Até porque, pagando o mínimo, você tem os juros altos. Desta forma, o pagamento mínimo só é uma opção se você tem certeza que conseguirá quitar a conta inteira no mês seguinte. Caso contrário, fuja dele.