Saúde da economia global e riscos fiscais locais impactam o Ibovespa, que recua quase 2%

Investidores no mercado local estão preocupados com pacote de bondades pré-eleitorais

Conforme investidores seguem monitorando os riscos externos de recessão e os imbróglios fiscais internos, o prognóstico para o Ibovespa segue inalterado nesta terça-feira (5): volatilidade e tendência negativa. “Os ativos locais devem seguir sensíveis ao panorama global”, escrevem analistas do BB Investimentos.

Para os executivos, os investidores seguirão adotando postura defensiva diante dos receios de uma possível recessão global e monitorando ainda as novas restrições na China para conter a covid-19. No front interno, os agentes acompanham a tramitação da PEC dos benefícios na Câmara, sem descartar a possibilidade da inclusão de novos auxílios.

Às 10h58, o Ibovespa perdia 1,68%, aos 96.999 pontos, o futuro do S&P 500 caía 1,03% e o Stoxx 600 perdia 1,90%.

Entre as commodities, o futuro do minério de ferro para setembro negociado na bolsa de Dalian teve alta de 1,37%, a 742,50 iuanes, refletindo a expectativa de melhora na relação comercial entre Estados Unidos e China. Já o Brent para setembro devolvia 1,19%, para US$ 112,15.

A volta do feriado do Dia da Independência dos Estados Unidos é marcada por um novo movimento de valorização expressiva do dólar, fato que leva a moeda a operar em suas máximas desde 2002, à medida que o euro segue perdendo força com as perspectivas de crise energética e desaceleração da atividade econômica. Também pesam os temores de recessão global.

Além disso, o índice composto dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) na zona do euro, que agrega os setores industrial e de serviços, caiu ao nível mais baixo em dezesseis meses, a 52 em junho ante 54,8 em maio segundo dados divulgados pelo S&P Global Market. O enfraquecimento da região também pode ocorrer de modo mais acelerado à medida que o fornecimento de gás russo para a Europa é reduzido.

Por aqui, os investidores seguem se debruçando sobre a PEC dos benefícios, que tinha custo fiscal calculado em R$ 41,25 bilhões quando foi aprovada pelo Senado, mas que pode ter impacto maior na Câmara. Ontem, o relator da proposta na casa, o deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), sugeriu alterar o projeto para incluir um auxílio a motoristas de aplicativo de transporte, o que poderia elevar o custo para perto de R$ 50 bilhões.