Bradesco BBI eleva preço-alvo da Gol e reitera recomendação neutra

A avaliação vem após a Gol divulgar os dados preliminares do terceiro trimestre de 2022

O Bradesco BBI reiterou a recomendação neutra para as ações da Gol e ajustou o preço-alvo esperado para o próximo ano, saindo de R$ 12 em 2022 para R$ 13 em 2023. O valor significa uma valorização potencial de 32,38% sobre a cotação atual das ações. O modelo considera uma meta de avaliação da empresa de 6,3 vezes o valor pelo Ebitda (lucros antes de juros, amortização e depreciação).

Segundo os analistas Victor Mizusaki, André Ferreira e Pedro Fontana, que assinam o relatório, a atualização incorpora os resultados preliminares do terceiro trimestre, as novas premissas macroeconômicas e os preços de petróleo mais baixos no quarto trimestre de 2022 e começo de 2023.

A avaliação vem após a Gol divulgar os dados preliminares do terceiro trimestre de 2022, com receita de R$ 3,973 bilhões, alta de 107% ante o mesmo período do ano anterior, mas 3% abaixo do consenso. O Ebitda ajustado foi de R$ 596 milhões, 11% abaixo das expectativas do mercado, resultando em uma margem Ebitda ajustada de 15%, que significa queda de 1,3 ponto percentual ante as previsões de analistas.

“Embora as receitas de 2022 tenham ficado praticamente em linha com nosso modelo anterior, elevamos nossa estimativa de Ebitda para 2022 em 22% devido aos preços mais baixos do combustível de aviação. Para 2023, aumentamos a margem Ebitda da Gol de 20,5% para 21,3% devido aos preços mais baixos do combustível de aviação, mas assumimos que parte dessa redução será compartilhada com os passageiros, resultando em preços de passagens aéreas mais baixos”, afirmam.

De acordo com eles, ainda que os resultados preliminares da Gol tenham ficado abaixo do consenso, confirmam o compromisso da empresa de manter a disciplina de capacidade, aumentando os preços das passagens aéreas e protegendo as margens. Os analistas atribuem o Ebitda mais fraco aos preços de combustível de aviação acima do esperado.

Ainda assim, para o Bradesco BBI, isso não é uma preocupação, uma vez que a empresa continua renovando sua frota de aeronaves para reduzir o consumo de combustível e diluir os custos por unidade de capacidade.