Milhas com o cartão de crédito: como escolher os melhores programas?

Já são 174,4 milhões de brasileiros cadastrados
Pontos-chave:
  • Milhas podem ser usadas na compra de notebooks, móveis ou roupas
  • Resgate para viagens é o mais vantajoso
  • Evite programas com parceiros que não fazem parte da sua rotina de consumo

Os programas de fidelidade têm ganhado cada vez mais adeptos no Brasil e o mercado de fidelização está crescendo. Segundo a Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Fidelização (Abemf), já são 174,4 milhões de cadastros em programas de fidelidade. Ou seja: ganhar pontos e milhas têm chamado a atenção dos consumidores, e pode ser algo interessante para você. 

Por que as empresas te dão milhas?

Antes de entender como usar os programas de fidelidade dos cartões de crédito para economizar, é preciso falar sobre a lógica por trás disto. O mercado financeiro está cada vez mais competitivo, especialmente após a entrada das fintechs. Por isto, apenas ganhar clientes não é suficiente, é preciso fazer com que eles sejam fiéis e não mudem de instituição financeira. 

A mesma regra se aplica aos varejistas e companhias aéreas. Todos querem o cliente consumindo seus produtos e serviços. É a partir dessa lógica que nascem os programas de fidelização. Neles, os bancos e bandeiras de cartões de crédito dão pontos que podem ser trocados por produtos e companhias aéreas dão milhas que podem ser usadas na compra de passagens ou produtos de empresas parceiras. 

Uma pesquisa da Abemf mostrou que 62% dos participantes de programas de fidelidade concentram suas compras em marcas que oferecem esses benefícios e 72% costumam dar dicas a amigos sobre esses estabelecimentos. Ou seja, a estratégia de fidelizar o consumidor parece ser eficiente. 

Cartão de crédito é mocinho ou vilão?

Os cartões de crédito são os vilões das finanças pessoais para muita gente. Afinal, a maior parte da dívida dos brasileiros está concentrada neles, segundo a Pesquisa Endividamento 2021, da Serasa. Mas especialistas garantem que essa história pode ser diferente. Para Felipe Aires, dono da página Aires Milhas, que fala sobre o tema no Instagram e YouTube, a maioria das pessoas bancarizadas não conhece os benefícios que tem ao usar os cartões de crédito. 

Use o cartão de crédito com inteligência

Felipe Aires defende o uso do cartão, desde que feito com inteligência. “O débito digital expõe seu patrimônio ao risco. Se alguém passar R$ 2 000 em uma compra de R$ 20, você vai demorar muito para recuperar o dinheiro, isso se você conseguir recuperar. Agora, se a compra for no crédito, é o patrimônio do banco que está exposto e ele estará preocupado em reaver aquele dinheiro”, explica Aires. 

Sobre o melhor cartão de crédito para acúmulo de pontos e milhas, Aires diz que “o melhor é aquele que você já tem”. Isto porque o cartão é uma concessão de crédito e depende da confiança que a instituição financeira tem na capacidade de pagamento do cliente. Não dá para indicar um cartão para todos porque os contextos são diferentes. O ideal é se organizar para pagar as faturas em dia e criar um relacionamento com o banco que permita acesso a cartões com mais benefícios. 

Qual o melhor programa de fidelidade? 

Já sobre os programas de pontos e milhas, a história é diferente e há um favorito indicado a todos: Livelo. “O melhor programa é aquele tem mais parceiros”, segundo Aires. Para ele, a Livelo é quem ocupa a posição mais alta no ranking de melhores programas do Brasil atualmente. Porém, o consumidor precisa saber que os programas não exigem exclusividade e dá para participar de vários ao mesmo tempo.

Onde usar os pontos? 

Os pontos acumulados em programas de fidelidade de cartões, companhias áreas e empresas do ramo podem ser resgatados em várias ocasiões. É possível trocar por passagens aéreas, estadias em hotéis, passeios, produtos para a casa, alimentação e na contratação de serviços. Tudo vai depender dos parceiros que aquele programa tem. Para Aires, porém, a troca por produtos relacionados a viagens vale mais a pena. “O custo-benefício sempre será superior”. O consumidor pode ainda vender as milhas. Algumas empresas se especializaram na compra desses pontos. Elas usam esses pontos para oferecer viagens mais baratas a outros consumidores. 

Persiga as promoções

A principal dicas dos especialistas sobre acúmulo de milhas é ficar de olho nas promoções do mercado. “Há promoções que rendem duas ou três vezes mais benefícios em determinados dias ou produtos, por isto é importante ficar atento às comunicações dos programas e visitar seus sites ou aplicativos com frequência para saber das novidades”, diz Paulo Curro, diretor-executivo da ABEMF. 

Com a competição cada vez mais acirrada, é comum ver empresas oferecendo bonificações a quem transfere seus pontos para seus programas de fidelidade. Assim, quem tem 50 mil pontos em um programa às vezes consegue 100 mil pontos em outro só por transferir o crédito. 

Acompanhar os principais portais que falam do assunto é uma boa forma de ficar por dentro das promoções do mercado. Aires indica os portais Pontos para Voar, Melhores Cartões, Passageiros de Primeiro e Melhores Destinos. 

Principais erros

Para se dar bem com os pontos e milhas, é importante ficar atento e conhecer os principais erros dos consumidores. Um deles é não ler o regulamento das promoções. É comum que influenciadores postem vídeos mostrando promoções imperdíveis, mas elas só valem para determinado público em que você não se encaixa, ou os benefícios dela não valem a pena para você. 

Outro ponto para ficar atento é a anuidade dos cartões de crédito. Muitos já não cobram essa taxa, mas é preciso calcular e traçar uma estratégia eficiente para que os benefícios compensem o pagamento da taxa. 

Por último, é preciso checar se os parceiros do programa de fidelidade que você contratou ou quer contratar são compatíveis com seu estilo de vida. Há programas mais focados em viagens, outros em e-commerce e até de materiais de construção. Se o foco do programa não é em uma categoria em que você costuma consumir, não faz sentido aderir.