Venda de veículos novos despenca em janeiro

A queda foi de quase 40% em relação ao mês passado e de 26% sobre um ano atrás
Pontos-chave:
  • Entre os fatores estão os juros altos, que restringiram a aprovação de crédito
  • A queda na renda do consumidor também impactou nas vendas
  • O ideal é esperar até o segundo semestre

Os licenciamentos de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus no Brasil recuaram 38,9% em janeiro na comparação com dezembro e 26,1% com relação a janeiro de 2021, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Em janeiro deste ano, 126.486 unidades desses veículos foram vendidos. Só de carros foram 92.212 unidades.

Por que as vendas caíram?

A queda nas vendas tem algumas justificativas. “O resultado é conjuntural e acontece, principalmente, em função dos baixos estoques das concessionárias, em dezembro, e da persistente falta de produtos, ainda provocada pela escassez de insumos e componentes”, afirma José Maurício Andreta Jr., presidente da Fenabrave.

Além desses fatores, o presidente da entidade destaca a alta nas taxas de juros, que restringiu a aprovação de crédito para financiamentos, e a queda na renda do consumidor, pelo aumento da inflação.

Também atrapalham o setor as fortes chuvas, em vários Estados, e o aumento do contágio de coronavírus pela variante ômicron, que provocam a queda na passagem de consumidores pelas lojas.

“Avaliando a sazonalidade, lembro que, em janeiro, a renda familiar fica mais comprometida, em função dos impostos e gastos com matrículas e materiais escolares, por exemplo, o que acaba afetando a decisão de compra do consumidor”, completa Andreta.

O que você deve fazer neste momento?

Você deve acompanhar o noticiário para saber por quanto tempo o problema no fornecimento de semicondutores vai permanecer. Se você puder esperar, aguarde até o segundo semestre, quando as perspectivas apontam para uma produção mais estável e uma equiparação de preços. Assim, aumenta a chance de você encontrar mais oportunidades por custos melhores.

É claro que todas as marcas e concessionárias não estarão no mesmo estágio no mesmo momento. Então, você terá que pesquisar ainda mais para encontrar o que cabe no seu bolso. E lembre-se: com o consumo em queda, as empresas acabam melhorando as condições de venda.

Procure alternativas

Se você decidiu esperar, lembre-se que há algumas alternativas no mercado, como fazer uma assinatura de veículo – modalidade mais comum nos grandes centros. Há ainda os aplicativos que, dependendo do horário e da quantidade de vezes que é solicitado, podem até valer a pena. Em ambos os casos, você terá que ter paciência e colocar tudo no papel para ter claro o tamanho do gasto de cada um dos modelos.

Com reportagem do G1