Pix parcelado: vale a pena usar?

Conheça a funcionalidade e as taxas cobradas, e saiba se a novidade é uma cilada
Pontos-chave:
  • Apenas Santander, Mercado Pago e PicPay oferecem o serviço, cobrando juros
  • O uso do crédito para compras que não geram patrimônio deve ser feito com cuidado

Que o Pix faz parte do dia a dia dos brasileiros, nós já sabemos. A ferramenta de pagamento instantâneo lançada pelo Banco Central tem hoje mais de 430 milhões de chaves cadastradas. Com o sucesso do modelo, as instituições financeiras começaram a oferecer novos serviços ligados a ele. Entre eles, o Pix parcelado. 

Pix parcelado não é um serviço do Banco Central

É importante ressaltar que o Pix parcelado não é um serviço oficial do Banco Central. Ou seja, a instituição não definiu as regras e os juros dessa funcionalidade. Por enquanto, Santander, Mercado Pago, PicPay e Nubank oferecem o serviço, cada um com suas taxas. “O Banco Central tem uma agenda de evolução para o Pix, mas o parcelamento ainda não foi lançado. Algumas instituições se anteciparam para oferecer esse crédito aos clientes”, explica Carlos Castro, planejador financeiro CFP pela Planejar.

Como funciona o Pix parcelado?

O Pix parcelado funciona como um empréstimo. Ao usar a função, o cliente pode fazer a transferência por Pix e realizar o pagamento em várias vezes, com cobrança de juros. O recebedor obtém o valor todo na hora. “Se você compra um produto por R$ 1.000, por exemplo, pode ter esse dinheiro emprestado, parcelando com a instituição e pagando o vendedor na hora. O valor dos juros depende do banco e do seu score de crédito”, explica Carlos.

Quais são as taxas cobradas pelo Pix parcelado?

O Pix do Santander, lançado como “Divide o Pix”, possibilita o parcelamento em até 24 vezes, com parcelas a partir de R$ 5. A contratação é feita pelo próprio aplicativo do banco, com juros que começam em 2,09% ao mês. No Mercado Pago, o parcelamento do Pix só está disponível para quem já tem uma linha de crédito pré-aprovada pela instituição. O parcelamento é em até 12 vezes, com valor mínimo de R$ 15 por parcela e taxas a partir de 2,5% ao mês. Já no PicPay, o valor da transferência pode ser parcelado em até 12 vezes, com taxa de 3,99% por parcela.

Vale a pena?

Na maioria das vezes, não. Em alguns casos, ele pode ser uma boa ferramenta de negociação para o pagamento à vista. “Se você conseguir um desconto maior que os juros que você pagaria no parcelamento, pode ser interessante. Nesse caso, é importante ajustar suas finanças para receber as parcelas”, explica o planejador financeiro. 

Caso contrário, o Pix parcelado nada mais é do que uma nova forma de obter crédito a um custo, o que pode gerar uma boa de neve. Por isso, é importante ter cautela para não se endividar. “O uso do crédito para compras que não geram patrimônio precisa ser feito com muito cuidado. Geralmente, não é um bom negócio. A dica é sempre fazer os cálculos para entender se vale a pena”, ressalta Carlos.