Pesquisa mostra que brasileiro dobrou número de compras online

Encomendas superaram 17 milhões de unidades no ano passado
Pontos-chave:
  • Dois em cada 10 produtos são de moda
  • Muitas das pessoas que compram hoje pela internet não o faziam até há alguns anos

As vendas do comércio eletrônico brasileiro dobraram no ano passado e chegaram a mais de 17 milhões de encomendas, segundo dados da plataforma Melhor Envio, que faz a intermediação logística entre vendedores virtuais e as principais transportadoras do país e foi adquirida pela Locaweb em dezembro de 2020.

O que as pessoas mais compram pela internet

Desses envios, dois em cada 10 eram produtos da categoria de moda (roupas, calçados e bolsas), com 4,7 milhões de encomendas, o triplo do registrado em 2020. O valor médio de cada frete dessa categoria foi de R$ 24,59. “Historicamente moda é o setor que mais se destaca sempre”, conta o presidente do Melhor Envio, Éder Medeiros.

Os envios do segmento de joias e relógios também tiveram aumento. Em 2021, o setor foi responsável por mais de 2,4 milhões de intermediações de fretes, três vezes mais do que em 2020, e o equivalente a uma a cada 10 encomendas. O valor médio dos fretes foi de R$ 21,86.

Vendas permanecem altas depois do auge da pandemia

Medeiros explica que a intermediação de entregas teve, como era de se esperar, um crescimento vertiginoso em 2020, quando a pandemia de covid-19 foi decretada e a circulação de pessoas restrita. Embora em 2021 tenha ocorrido a retomada das vendas em lojas físicas, os envios do comércio eletrônico seguiram em crescimento, ainda que mais comedido em relação à disparada do ano anterior.

Segundo Medeiros, a expectativa é de contínuo crescimento do setor nos próximos anos, ainda que não na mesma magnitude. “Em 2020 houve uma migração massiva para o e-commerce. Dificilmente teremos um ano comparável em termos de crescimento, mas o setor conseguiu reter público”, diz.

Consumidores novatos

Muitas das pessoas que compram hoje pela internet não o faziam até há alguns anos. “Tivemos a inclusão de pessoas que nunca tinham comprado pela internet, e esse é um aprendizado que fica. Mesmo que não comprem no mesmo ritmo da pandemia, são pessoas que criaram esse hábito de comprar pela internet”, afirma.

O peso do omnichannel

Para os próximos anos, o maior desafio do varejo é a adequação do chamado omnichannel, que é a integração entre operação física e digital. “É uma tendência que vem faz algum tempo e, depois da covid-19, ganha forma com a retomada do varejo físico”, diz o executivo da Melhor Envio.