Feirão do Serasa chega ao fim com 5,8 milhões de negociações

Durante o evento, as empresas deram R$ 10 bilhões em descontos; endividamento continua alto no Brasil
Pontos-chave:
  • Segundo a CNC, 12 milhões de famílias estão endividadas
  • O estado com maior número de acordos foi São Paulo, com 1,7 milhão de negócios fechados
  • Na sequência, vieram Rio de Janeiro (638 mil) e Minas Gerais (423 mil)

Termina hoje a 26ª edição do Feirão Limpa Nome, organizado pelo Serasa. Mais de 100 empresas participaram do evento que permitiu a negociação de dívidas com parcelamento e retirada da cobrança de juros por atraso. Segundo a empresa, mais de 4 milhões de brasileiros conseguiram renegociar suas dívidas. Os números ficaram muito próximos aos dados da edição passada, que aconteceu em 2020. Na ocasião, foram 6 milhões de acordos fechados. Na edição atual foram 5,8 milhões de negociações bem sucedidas. 

País endividado

O feirão aconteceu em um momento delicado para as famílias brasileiras. Dados da Confederação Nacional do Comércio, Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostraram que 12 milhões de famílias brasileiras estavam endividadas em outubro. É o maior nível de endividamento já registrado pela CNC, que faz esse levantamento há 11 anos. 

No feirão deu para perceber que a situação financeira do brasileiro não é confortável. “As tendas físicas disponibilizadas em cinco capitais tiveram filas gigantescas e mostraram o quanto o país estava necessitado desse Feirão Limpa Nome”, diz Matheus Moura, gerente da Serasa.

R$ 10 bilhões em descontos 

A Serasa anunciou que o feirão rendeu mais de R$ 10 bilhões em descontos para mais de quatro milhões de brasileiros. Os descontos chegaram a 99% das dívidas e “parcelamentos de até 72 vezes estimularam que dívidas de anos ou mesmo décadas com bancos, fiannceiras, empresas de telefonia e varejistas fossem solucionadas em minutos”, como disse a empresa. 

O estado com maior número de acordos foi São Paulo, que até a véspera do fim do evento somou 1,7 milhão de negócios fechados. Rio de Janeiro (638 mil) e Minas Gerais (423 mil) ficaram logo atrás. Roraima foi o estado com o menos volume de acordos fechados, com 15 mil. 

Mesmo com o fim do feirão, os consumidores ainda podem ir atrás de uma negociação com as empresas para tentar um desconto em suas dívidas. Heber Alves, gerente de Produtos sênior da Serasa deu algumas dicas de negociação que podem ajudar os endividados:

Aproveite o momento

O momento econômico atual é uma faca de dois gumes: a maioria das pessoas está enfrentando dificuldades financeiras, mas essa crise favorece a negociação de dívidas, já que as empresas também estão precisando do dinheiro. Portanto, se você tem uma reserva ou conseguir parcelar o pagamento da dívida pode conseguir boas condições. 

Conheça suas finanças

A dica é tão simples quanto parece: saiba quanto você ganha e qual o tamanho dos seus gastos fixos. “Ninguém se torna inadimplente porque quer, mas porque as coisas fogem do controle”, diz Heber. Controlando as finanças, você consegue ir para a mesa de negociação sabendo o quanto pode pagar mensalmente para quitar a dívida. 

Negocie

Pode até ser que você e a empresa não cheguem a um acordo, mas não deixe de buscar a negociação. Em feirões ou não, muitas empresas já deixam propostas prontas para o cliente que quer quitar seus débitos. É possível que as condições te surpreendam.