Com Selic mais alta, Caixa sobe juros de financiamento imobiliário. O que fazer?

De acordo com o banco, que lidera o crédito imobiliário no país, a definição das taxas é baseada em fatores mercadológicos
Pontos-chave:
  • Muitas condições dependem do relacionamento do cliente com o banco
  • Os planejadores financeiros recomendam que você não comprometa mais do que 30% da renda com financiamento imobiliário

Com o aumento da Selic, a Caixa elevou os juros cobrados para financiamento imobiliário com recursos da poupança (SBPE) neste mês. Os demais bancos, como de costume, seguiram a mesma linha e aumentaram as taxas em até 1 ponto percentual desde o fim do ano passado. A expectativa é de novos ajustes, já que ontem (2), o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic para 10,75% ao ano.

Para a linha tradicional indexada à taxa referencial (TR), a Caixa passou a cobrar de 8% ao ano até 8,99% ao ano mais TR. Em novembro, última vez que o g1 fez o comparativo, as taxas cobradas eram a partir de 7,25% ao ano mais TR.

Para a financiamentos ligados à poupança, a Caixa afirmou que os juros seguem em 8,99% ao ano desde novembro 2021, e que haverá apenas uma “adequação nas condições para aplicação de redutores a depender do relacionamento do cliente com o banco” e que “continuará tendo as melhores taxas de juros do mercado”.

Esses redutores são mecanismos que permitem diminuir as taxas cobradas em financiamentos de mutuários que já são clientes do banco, ou que adquirem outros produtos.

De acordo com a Caixa, que lidera o crédito imobiliário no país, “a definição das taxas de juros se baseia na análise da associação de fatores mercadológicos e conjunturais dentro das regras prudenciais de definição das condições do crédito, variando de acordo com o perfil de relacionamento do cliente com a instituição”.

O Banco do Brasil informou que suas taxas estão a partir de 7,99% ao ano mais taxa referencial. Em novembro, elas estavam de 7,58% ao ano mais TR. Antes do recente aumento da Selic, o banco informou que também avaliava “possíveis ajustes em suas linhas de crédito imobiliário” a depender da última decisão da reunião do Copom.

Na linha tradicional do Itaú, os juros passaram de a partir de 8,3% mais TR para a partir de 9,1% mais TR em janeiro.

O Bradesco alterou a taxa de sua linha tradicional em dezembro: elas foram de a partir de 8,50% ao ano mais TR para a partir de 9,50% ao ano mais TR.

O Santander também registrou alta de um ponto percentual nas taxas: de a partir de 8,99% ao ano mais TR para a partir de 9,99% ao ano mais TR.

O que você deve fazer?

Comprar uma casa própria é um dos investimentos que mais mexe com o emocional das pessoas. Muitas vezes, o fator comportamental pesa mais do que o financeiro. Dentro do possível, tente deixar a emoção de lado e faça contas. Leve em consideração se ter um imóvel em seu nome tem a ver com seu momento de vida atual, porque essa é uma decisão que vai abocanhar uma boa parte da sua renda e por um longo período. Então, se você tem planos de mudar de cidade ou até de país no curto prazo, pode ser mais prudente esperar um pouco mais antes de ter uma casa própria.

Agora, se você olhou para o cenário e para sua vida atual e concluiu que sim, ter um apartamento em seu nome é importante, pegue a calculadora. Os planejadores financeiros recomendam que do total da renda você não comprometa mais do que 30% com financiamento imobiliário.

Além disso, é importante ir de banco em banco e comparar as taxas cobradas, além de todas as condições que os contratos exigem. Isso demanda tempo e energia, mas é o melhor para que você faça a escolha mais adequada.

Com reportagem do G1