Títulos prefixados ou pós-fixados: qual o melhor caminho neste momento?

Com os juros em alta, investimentos em renda fixa voltam a ser atrativos. Especialistas indicam o que considerar na hora da escolha
Pontos-chave:
  • Títulos prefixados são indicados para momentos em que o investidor espera uma queda de juros
  • Já os títulos pós-fixados são recomendados quando há dúvidas em relação ao futuro
  • Diversificar a carteira te ajuda a tornar sua estratégia mais eficiente

Com os juros em alta, os investimentos em renda fixa voltaram a atrair atenção dos investidores. Para escolher entre as opções disponíveis, é importante entender os diferentes títulos, remunerações e prazos. É aí que entram os famosos títulos prefixados e pós-fixados. Saber sobre as características de cada um deles te ajuda a investir de forma inteligente de acordo com o cenário de juros e inflação no país.

“Os títulos prefixados são aqueles que têm uma taxa definida no ato da aplicação. Faça chuva ou faça sol, essa taxa não é alterada durante o período do investimento, independentemente das variações do mercado. Já os títulos pós-fixados normalmente são indexados a um indicador e remuneram de acordo com a variação dele”, explica Rafael Galdin, especialista em renda fixa e COE da Quattro Investimentos.

Qual o melhor caminho: títulos prefixados ou pós-fixados?

Tudo depende do cenário. “Os títulos prefixados são indicados para momentos em que o investidor espera uma queda dos juros mais à frente. Duas opções são os CDBs prefixados ou LTNs, no Tesouro Direto. Já os pós são indicados quando há muitas dúvidas em relação ao futuro, deixando o investidor na posição mais conservadora e são os CDBs indexados ao CDI ou as LFTs (SELIC) e NTN-Bs (IPCA) do Tesouro Direto”, ressalta Pedro Paulo Silveira, diretor de gestão de investimentos da Nova Futura Gestora de Recursos.

Ou seja, se, na sua análise, você entender que a taxa de juros entrará em queda, pode aplicar hoje em títulos com uma taxa pré-definida e mais alta que a futura, os prefixados. Por outro lado, há um risco: se a Selic subir, sua aplicação terá sido feita em uma taxa menor. No caso de dúvidas, os títulos pós-fixados seguem as flutuações do mercado e podem ser mais indicados.

Por conta do cenário incerto de hoje, os especialistas consultados pela IF recomendam títulos pós-fixados. “Em função da forte alta da inflação e do cenário político incerto, as dúvidas quanto à trajetória dos juros estão muito elevadas”, explica Pedro Paulo. Ele destaca como boas oportunidades os CDBs pós-fixados, LFT e fundos de Renda Fixa.

E se o cenário mudar?

É difícil prever o que acontecerá no ano que vem e o cenário pode, sim, mudar. A dica dos analistas é acompanhar o mercado, mantendo a estratégia até que o processo eleitoral seja definido e, sempre que possível, diversificar os investimentos. “No momento, os títulos mais apropriados são os pós-fixados, mas isso não quer dizer que uma parte não possa ser aplicada em prefixados. Diversificando e dividindo os investimentos, conseguimos trabalhar na variável de tempo. No caso dos prefixados, a dica é diminuir o prazo de vencimento, já que estamos em um período imprevisível”, ressalta Rafael.