Renda fixa segue em alta entre os investidores mais ricos

Pesquisa mostra crescimento de ativos como títulos públicos e CDBs
Pontos-chave:
  • Fundos multimercados continuam com a maior participação
  • Entre as ações favoritas, estão as mais defensivas e de maior peso no Ibovespa, como Vale e Petrobras

Após sofrer maus bocados em abril, o Ibovespa encerrou maio com uma alta de 3,22%. O que poderia animar os investidores a voltar para a renda variável, no entanto, foi ofuscado por uma nova alta da Selic. No começo do mês, a taxa básica de juros voltou a subir e atingiu o patamar de 12,75% ao ano. Com isso, a migração dos investidores, especialmente os mais ricos, para a renda fixa continuou acontecendo. Pelo menos é isso que mostra o levantamento mensal da Smartbrain.

A pesquisa foi feita com base na plataforma da empresa, que processa diariamente mais de 340 mil extratos de investimentos, somando mais de R$ 250 bilhões de patrimônio analisados. O estudo observa carteiras de investidores dos segmentos do varejo (que têm uma participação de 29,57%), alta renda (41,08%), private (25,81%) e ultra high (3,54%). As categorias de investimentos englobam ativos como: ações, fundos de ações, fundos multimercados, de renda fixa e imobiliários.

Segundo o levantamento, os fundos multimercados continuaram com a maior participação entre os investidores. Porém, a participação desses ativos na carteira voltou a cair, saindo de 40,74% em abril para 39,59% em maio.

O mesmo aconteceu com a alocação em ações e fundos de ações, que ocupou apenas 13,08% das carteiras. Essa participação, no entanto, já vinha caindo desde abril, quando saiu de 13,90% em março para 13,15%.

Por outro lado, a parcela de renda fixa, que engloba fundos dessa classe, além de títulos públicos como os do Tesouro Direto e títulos privados como CDBs, cresceu: saiu de 35,29% em abril para 36,47% em maio.

Quais são as ações favoritas dos investidores?

A lista das ações favoritas dos mais ricos sugere que eles estão mais conservadores. Entre os papéis favoritos dos mais ricos, merece destaque a volta de ações mais “defensivas” e de maior peso no Ibovespa, como Vale e Petrobras. O comportamento foi bem diferente do visto em abril, quando os investidores focaram em ações estrangeiras. Na ocasião, a ação mais procurada foi a da Amazon, seguida pela chinesa de varejo Alibaba.

Além disso, também ganharam destaque os ETFs, como o BOVA11, que segue o Ibovespa; o IVVB11, que segue o S&P 500, e o HASH11, que acompanha criptomoedas.

Os ETFs são considerados um dos instrumentos mais fáceis e baratos para diversificar a carteira de investimentos e mitigar os riscos. Isso acontece porque eles têm uma gestão passiva, então as taxas são mais baixas, e investem simultaneamente em ativos diferentes, o que traz mais segurança ao investidor que não fica “refém” de uma só ação.