O que você precisa saber antes de investir no Tesouro Direto

O número de investidores em títulos públicos só cresce: já são 16 milhões de pessoas
Pontos-chave:
  • Existem três tipos de títulos: prefixados, Tesouro Selic e Tesouro IPCA
  • Quanto mais tempo o dinheiro ficar investido, menor é o Imposto de Renda
  • Investir no Tesouro Direto envolve dois riscos: o de mercado e o de crédito

Mais de 16 milhões de pessoas investem no Tesouro Direto. Só em dezembro do ano passado, 881 mil novos participantes se cadastraram em uma instituição financeira para investir em títulos públicos. O número de investidores só cresce, e os títulos mais procurados foram os corrigidos pela taxa básica de juros, a Selic, que registrou um salto em 2021. Separamos um pequeno guia para você que pensa em investir no Tesouro Direto, mas ainda tem dúvidas:

Quais são os rendimentos do Tesouro Direto?

Existem três tipos de títulos: prefixados, Tesouro Selic e Tesouro IPCA. Os títulos prefixados são aqueles que têm taxas de juros fixas, enquanto os títulos Tesouro Selic têm rentabilidade atrelada à taxa Selic. Já o IPCA tem rentabilidade atrelada à inflação mais uma taxa prefixada de juros. “O investidor tem a opção de investir ganhando com a Selic, que é um pouco mais conservador; no modo prefixado, ganhando um número fixo até o vencimento do título ou ganhando com a inflação, que pode ser um caminho seguro para longo prazo ou aposentadoria”, explica Ricardo Hiraki, educador financeiro e diretor da Plano Fintech

Quais são as taxas cobradas?

Existem dois tipos de taxas cobradas para quem queira aplicar no Tesouro: a primeira é a de custódia, que vem da B3. “A B3 é o órgão que faz a execução dos títulos do Tesouro Direto. Existe uma taxa de 0,2% ao ano sobre o valor total dos títulos investidos”, ressalta Ricardo. Além disso, algumas tarifas podem ser cobradas por corretoras e bancos para executar o investimento. “Há cinco ou dez anos, era comum essa taxa ser cobrada. Hoje, com a concorrência e a chegada de bancos e corretoras digitais, ela praticamente deixou de existir. Algumas instituições cobram, mas é a menor parte. É importante checar essa informação”, aconselha o educador financeiro.  

É possível resgatar o investimento a qualquer momento?

Sim. Você pode resgatar seu investimento no Tesouro Direto a qualquer momento, recebendo no dia útil seguinte. No Tesouro Selic, você não terá grandes surpresas. Por outro lado, nos títulos prefixados ou indexados à inflação, existe a marcação a mercado, que nada mais é do que a atualização diária dos preços dos ativos em carteira. Ou seja, se você desistir da aplicação e resgatar o título antes do prazo, pode ser penalizado e perder dinheiro.

Tesouro Direto é isento de Imposto de Renda?

Não. O Imposto de Renda no Tesouro Direto é cobrado de forma regressiva. Quanto mais tempo o seu dinheiro ficar investido, menos terá de pagar de imposto. Os valores são os seguintes:

  • 22,5% sobre o lucro em aplicações de até 180 dias,
  • 20% em 15 aplicações de 181 a 360 dias,
  • 17,5% em aplicações de 361 a 720 dias,
  • 15% em aplicações acima de 720 dias.

Quais são os riscos?

Investir no Tesouro Direto envolve dois riscos. O primeiro deles é o da marcação a mercado. Já o segundo é o risco de crédito, ou seja, de o emissor não conseguir pagar a dívida. No caso do Tesouro Direto, o governo é quem pode dar esse calote. “Essa é uma situação bastante extrema. Imagino que nos próximos vinte ou trinta anos dificilmente isso aconteceria”, ressalta Ricardo.