Você sacou seus investimentos para pagar as contas?

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Pontos-chave:
  • Saques saíram da caderneta, fundos, ações, depósitos bancários, títulos públicos e privados
  • Inflação e redução da renda são alguns fatores que explicam o movimento

Após sete trimestres de alta, desde o início da pandemia, a poupança financeira das famílias recuou no primeiro trimestre de 2022, segundo levantamento inédito do Centro de Estudos de Mercados de Capitais da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Cemec-Fipe). Nos primeiros três meses do ano, a perda foi de R$ 32,4 bilhões, comparada a um aumento de R$ 75,8 bilhões no quarto trimestre de 2021.

De onde as pessoas estão tirando o dinheiro?

O valor considera não só a caderneta de poupança, mas fundos de investimentos, ações, depósitos bancários, títulos públicos e privados e captações bancárias, entre outros.

Por que as pessoas estão sacando os investimentos?

O aumento da circulação de pessoas e a redução das incertezas com a pandemia ajudam a explicar esse movimento, segundo especialistas, que favoreceu o aumento de consumo nos primeiros meses do ano, como já mostraram os dados do Produto Interno Bruto (PIB).

Mas outras razões podem também estar por trás: a alta da inflação e a redução da renda média. Economistas acreditam que o movimento de redução da poupança das famílias pode continuar, mas seu reflexo em consumo deve ser mais limitado, diante da conjuntura de aumento do endividamento e juros mais altos.

O estudo mostra que, no período que vai do primeiro trimestre de 2019 ao quarto trimestre de 2021, a poupança acumulada pelas famílias atingiu R$ 527,6 bilhões, registrando sete altas seguidas a partir do segundo trimestre de 2020. Com o recuo de R$ 32,4 bilhões nos três primeiros meses de 2022, ou de 6,1% do total, o valor acumulado caiu para R$ 497,1 bilhões.