Fundos imobiliários não vão bem em 2021. É hora de vender?

Apenas uma categoria de FIIs está no azul em 2021. Desesperar jamais! Saiba o que fazer neste momento
Pontos-chave:
  • Apenas fundos de papel têm desempenho positivo em 2021
  • FIIs que investem em lajes corporativas são os que tiveram o pior desempenho até 15 de novembro

Existem muitas formas de investir no setor imobiliário. Elas vão desde comprar um terreno a aplicar o dinheiro em fundos que investem em títulos do mercado. Até aqui, 2021 não foi um bom ano para o setor e para quem colocou seu dinheiro em fundos imobiliários. O IFIX, índice que reflete o desempenho desses fundos, caiu mais de 11% desde o primeiro pregão do ano. Mas nem tudo está perdido: quem investe no setor ainda se mantém confiante.

Desempenho

Uma classe de fundos imobiliários, porém, rema contra a maré. Os FIIs que investem em Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Letras Hipotecárias e Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI), chamados de fundos imobiliários de papel, tiveram retorno de positivo de 4,5% até o dia 15 de novembro. 

Enquanto isso, seus primos caem. Os FIIs de lajes corporativas, que investem em escritórios, tiveram variação negativa de 17,3%. Os dados são da Teva Índices, empresa especializada em índices para ETFs.

Fonte: Teva Índices

Por que os FIIs de papel sobem?

Os FIIS de papel investem a maior parte de seu patrimônio em ativos de renda fixa. Por isso, em um cenário de alta inflação e da taxa básica de juros, esses fundos são vistos pelos investidores como opções defensivas. Os títulos comprados pelos fundos de papel têm remuneração atrelada à inflação e à taxa básica de juros e, por isso, se tornaram mais atraentes que os fundos de tijolo. 

Outro fator que explica o bom desempenho desses ativos em 2021 é a flexibilidade que os gestores têm. “É muito mais rápido comprar um CRI do que uma participação em um shopping center ou um galpão logístico, e isso tem impaco na distribuição final ao investidor”, explica Marcos Baroni, chefe de pesquisa em FIIs da casa de análise Suno Research.

Esses ativos estão operando perto da máxima histórica, com valor em 15 de novembro apenas 3,3% menor que o recorde de cotação. Para Baroni, ainda é um bom momento para investir nos fundos de papel, já que a volatilidade é menor, mas é preciso buscar fundos com histórico positivo e boa relação entre risco e retorno.

E o que eu faço com os fundos de tijolo?

Os fundos imobiliários que investem em shopping centers, lajes corporativas e galpões logísticos sofreram mais com o impacto da alta dos juros e um cenário de incertezas pela frente. 

Mesmo diante do choque, Marcos Baroni defende continuar com esses fundos em carteira. “Não acho que seja o momento de vender. Os fundamentos continuam sólidos, os galpões logísticos estão se recuperando, o fluxo em shoppings está crescendo e os escritórios estão voltando à atividade presencial”, argumenta.